Castro Alves

Castro Alves

Antônio Frederico de Castro Alves foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.

1847-03-14 Curralinho, Castro Alves, Bahia, Brasil
1871-07-06 Salvador, Bahia, Brasil
868358
12
264


Prémios e Movimentos

Romantismo

Alguns Poemas

Confidência

Maldição sobre vós, doutores da
lei! Maldição sobre vós, hipócritas!
Assemelhais-vos aos sepulcros brancos
por fora; o exterior parece formoso,
mas o interior está cheio de ossos e
podridão.
Evang. de S. MATEUS, cap. XXII.

Quando, Maria, vês de minha fronte
Negra idéia voando no horizonte,
as asas desdobrar,
Triste segues então meu pensamento,
Como fita o barqueiro de Sorrento
As nuvens ao luar.

E tu me dizes, pálida inocente,
Derramando uma lágrima tremente,
Como orvalho de dor:
"Por que sofres? A selva tem odores,
"0 céu tem astros, os vergéis têm flores,
"Nossas almas o amor".

Ai! tu vês nos teus sonhos de criança
A ave de amor que o ramo da esperança
Traz no bico a voar;
E eu vejo um negro abutre que esvoaça,
Que coas garras a púrpura espedaça
Do manto popular.

Tu vês na onda a flor azul dos campos,
Donde os astros, errantes pirilampos,
Se elevam para os céus;
E eu vejo a noite borbulhar das vagas
E a consciência é quem me aponta as plagas
Voltada para Deus.

Tua alma é como as veigas sorrentinas
Onde passam gemendo as cavatinas
Cantadas ao luar.
A minha — eco do grito, que soluça,
Grito de toda dor que se debruça
Do lábio a soluçar.

É que eu escuto o sussurrar de idéias,
O marulho talvez das epopéias,
Em torno aos mausoléus,
E me curvo no túmlo das idades
— Crânios de pedra, cheios de verdades
E da sombra de Deus.

E nessas horas julgo que o passado
Dos túmulos a meio levantado
Me diz na solidão:
"Que és tu, poeta? A lâmpada da orgia,
"Ou a estrela de luz, que os povos guia
"À nova redenção?"

Ó Maria, mal sabes o fadário
Que o moço bardo arrasta solitário
Na impotência da dor.
Quando vê que debalde à liberdade
Abriu sua alma - urna da verdade
Da esperança e do amor! ...

Quando vê que uma lúgubre coorte
Contra a estátua (sagrada pela morte)
Do grande imperador,
Hipócrita, amotina a populaça,
Que morde o bronze, como um cão de caça
No seu louco furor! ...

Sem poder esmagar a iniqüidade
Que tem na boca sempre a liberdade,
Nada no coração;
Que ri da dor cruel de mil escravos,
— Hiena, que do túmulo dos bravos,
Morde a reputação! ...

Sim... quando vejo, ó Deus, que o sacerdote
As espáduas fustiga com o chicote
Ao cativo infeliz;
Que o pescador das almas já se esquece
Das santas pescarias e adormece
Junto da meretriz...

Que o apóstolo, o símplice romeiro,
Sem bolsa, sem sandálias, sem dinheiro,
Pobre como Jesus,
Que mendigava outrora à caridade
Pagando o pão com o pão da eternidade,
Pagando o amor com a luz,

Agora adota a escravidão por filha,
Amolando nas páginas da Bíblia
O cutelo do algoz...
Sinto não ter um raio em cada verso
Para escrever na fronte do perverso:
"Maldição sobre vós!"

Maldição sobre vós, tribuno falso!
Rei, que julgais que o negro cadafalso
É dos tronos o irmão!
Bardo, que a lira prostituis na orgia
— Eunuco incensador da tirania —
Sobre ti maldição!

Maldição sobre tí, rico devasso,
Que da música, ao lânguido compasso,
Embriagado não vês
A criança faminta que na rua
Abraça ua mulher pálida e nua,
Tua amante... talvez!...

Maldição! ... Mas que importa?... Ela espedaça
Acaso a flor olente que se enlaça
Nas croas festivais?
Nodoa a veste rica ao sibarita?
Que importam cantos, se é mais alta a grita
Das loucas bacanais?

Oh! por isso, Maria, vês, me curvo
Na face do presente escuro e turvo
E interrogo o porvir;
Ou levantando a voz por sobre os montes, —
"Liberdade", pergunto aos horizontes,
Quando enfim hás de vir?"

Por isso, quando vês as noites belas,
Onde voa a poeira das estrelas
E das constelações,
Eu fito o abismo que a meus pés fermenta,
E onde, como santelmos da tormenta,
Fulgem revoluções!...

UMA PÁGINA DE ESCOLA REALISTA

drama cômico em quatro palavras

A tragédia me faz rir, a comédia me faz chorar,
E o drama? Nem rir, nem chorar...
(Pensamento de CARNIOLI)

CENÁRIO

A alcova é fria e pequena
Abrindo sobre um jardim.
A tarde frouxa e serena
Já desmaia para o fim.
No centro um leito fechado
Deixa o longo cortinado
Sobre o tapete rolar...
Há, nas jarras deslumbrantes,
Camélias frias, brilhantes,
Lembrando a neve polar.

Livros esparsos por terra,
Uma harpa caída além;
E essa tristeza, que encerra
O asilo, onde sofre alguém.
Fitas, máscaras e flores
Não sei que vagos odores
Falam de amor e prazer.
Além da frouxa penumbra
Um vulto incerto ressumbra
— O vulto de uma mulher.

Vous, qui volez là-bas, légères hirondelles
Dites-moi, dites-moi, porquoi vais-je mourir!
MUSSET

MÁRIO (no leito)

É tarde! É tarde! Abri-me estas cortinas
Deixai que a luz me acaricie a fronte!...
Ó sol, ó noivo das regiões divinas,
Suspende um pouco a luz neste horizonte!

SILVIA (abrindo a janela)

Da noite o frio vento te regela
o mórbido suor...

MÁRIO

Oh! que me importa?
A tarde doura-me o suor da fronte...
— Último louro desta vida morta!

Crepusclo! mocidade! natureza!
Inundai de fulgor meu dia extremo...
Quero banhar-me em vagas de harmonia,
Como no lago se mergulha o remo!

E que amores que sonham as esferas!
A brisa é de volúpia um calafrio.
A estrela sai das folhas do infinito,
Sai dos musgos o verme luzidio ...

Tudo que vive, que palpita e sente
Chama o par amoroso para a sombra.
O pombo arrula — preparando o ninho,
A abelha zumbe — preparando a alfombra.

As trevas rolam como as tranças negras,
Que a Andaluza desmancha em mago enleio:
E entre rendas sutis surge medrosa
A lua plena, qual moreno seio.

Abre-se o ninho... o cálice... o regaço...
Anfitrite, corando, aguarda o noivo...

(Longa pausa)

E tu também esperas teu esposo,
Ó morte! ó moça, que engrinalda o goivo!

SÍLVIA (a meia voz, acompanhando-se na guitarra)

Dizem as moças galantes
Que as rolas são tão constantes ...
Pois será?
Que morrendo-lhe os amantes,
Morrem de fome, arquejantes,
Quem dirá?

Dizem sábios arrogantes
Que nestas terras distantes,
Não por cá,
Sobre piras fumegantes
Morrem viúvas constantes,
Pois será?

Não creio nos navegantes
Nem nas histórias galantes,
Que há por lá.
Fome e fogueiras brilhantes
Cá não há...
Mas inda morrem amantes
De saudades lacerantes
Quem dirá?

(Aos últimos arpejos cai-lhe uma lágrima.)

MÁRIO (vendo-a chorar)

Sílvia! Deixa rolar sobre a guitarra,
Da lágrima a harmonia peregrina!
Sílvia! cantando — és a mulher formosa!
Silvia! chorando — és a mulher divina!

Oh! lágrimas e pérolas! - aljofares
Que rebentais no interno cataclismo,
Do oceano — este dédalo insondável!
Do coração — este profundo abismo!

Sílvia! dá-me a beber a gota dágua,
Nessa pálpebra roxa como o lírio...
Como lambe a gazela o brando orvalho
Nas largas folhas do deserto assírio.

E quando estalma desdobrando as asas
Entrar do céu na região serena,
Como uma estrela eu levarei nos dedos
Teu pranto sideral, ó Madalena! ...

Sílvia (tem-se ajoelhado aos pés do leito)

Meus prantos sirvam apenas
Pra umedecer teus cabelos,
Como da corça nos velos
Fresco orvalho a resvalar!
Pra molhar a flor, que aspires,
Rolem prantos de meus olhos,
Pra atravessar os escolhos
Meus prantos manda rolar!...

Meus prantos sirvam apenas
Pra a terra, em que tu pisares,
Pra a sede, em que te abrasares,
Terás meu sangue, Senhor!
Meus prantos são óleo humilde
Que eu derramo a tuas plantas...

(Mário estende-lhe os braços)

Mas se acaso me levantas
Meus prantos dizem-te amor!...

Mário (tendo-a contra o seio)

Sentir que a vida vai fugindo aos poucos
Como a luz, que desmaia no ocidente...
E boiar sobre as ondas do sepulcro,
Como Ofélia nas águas da corrente...

Sentir o sangue espanadar do peito
— Licor de morte — sobre a boca fria,
E meu lábio enxugar nos teus cabelos,
Como Rolla nas tranças de Maria.

De teus braços fazer o diadema
De minha vida, que desmaia insana,
Esquecer o passado em teu regaço,
Como Byron aos pés da Italiana;

Em teu lábio molhado e perfumoso
O licor entornar de minha vida...
Escutar-te nas vascas da agonia,
Como Fausto as canções de Margarida!

Eis como eu quero — na embriaguez da morte...
Do banquete no chão pender a fronte...
Inda a taça empunhando de teus beijos
Sob as rosas gentis de Anacreonte!...

(A noite tem descido pouco a pouco, o luar penetrando pela alcova alumia o grupo dos amantes)

SÍLVIA

Que palidez, meu poeta,
Se estende na face tua!...

MÁRIO

São os raios descorados,
Os alvos raios da lua!

SÍLVIA

Mas um suor de agonia
Teu peito ardente tressua ...

MÁRIO

São os orvalhos, que descem
Ao frio clarão da lua.

SÍLVIA

Que mancha é esta sangrenta,
Que no teu lábio flutua?

MÁRIO

São as sombras de uma nuvem
Que tolda a face da lua!

SÍLVIA

Como teus dedos esfriam
Sobre minha espádua nua! ...

MÁRIO (distraído)

Não vês um anjo, que desce,
No frouxo clarão da lua?

SÍLVIA

Mário? Não vês quem te chama?...
Tua amante... Sílvia... a tua...

MÁRIO (desmaiando)

É a morte que me leva
Num frio raio da lua! ...

(O poeta cai semimorto sobre o leito. No espasmo sua
mão contraída prende uma trança da moça.)

SÍLVIA

Teus brancos dedos fecharam
De meu cabelo a madeixa,
Tua amante não se queixa...
Bem vês... cativa ficou.
Mas não se prende o desejo
Que nalma acaso se aninha!...
Nunca viste a andorinha,
Que alegre o fio quebrou?

(Ouve-se um relógio dar horas.)

Já! tão tarde! E embalde tento
Abrir-te os dedos fechados...
Como frios cadeados,
Que o teu amor me lançou.
Porém se aqui me cativas
Minhalma foge-te asinha...
Nunca viste a andorinha,
Que alegre o fio quebrou!

(Debruça-se a escrever numa carteira.)

"Paulo! Vem à meia-noite...
Mário morre! Mário expira!
Vem que minha alma delira
E embalde cativa estou. . . "

MÁRIO (que tem lido por cima de seu ombro)

Sílvia! a morte abre-me os dedos,
És livre, Sílvia... caminha!
(morrendo)
Minhalma é como a andorinha,
Que alegre o fio quebrou.

Boa-noite

Boa noite, Maria! Eu vou-me embora.
A lua nas janelas bate em cheio...
Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.

Boa noite!... E tu dizes – Boa noite.
Mas não digas assim por entre beijos...
Mas não me digas descobrindo o peito,
– Mar de amor onde vagam meus desejos.

Julieta do céu! Ouve.. a calhandra
já rumoreja o canto da matina.
Tu dizes que eu menti?... pois foi mentira...
...Quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela-dalva os derradeiros raios
Derrama nos jardins do Capuleto,
Eu direi, me esquecendo dalvorada:
"É noite ainda em teu cabelo preto..."

É noite ainda! Brilha na cambraia
– Desmanchado o roupão, a espádua nua –
o globo de teu peito entre os arminhos
Como entre as névoas se balouça a lua...

É noite, pois! Durmamos, Julieta!
Recende a alcova ao trescalar das flores,
Fechemos sobre nós estas cortinas...
– São as asas do arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada
Lambe voluptuosa os teus contornos...
Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos
Treme tua alma, como a lira ao vento,
Das teclas de teu seio que harmonias,
Que escalas de suspiros, bebo atento!

Ai! Canta a cavatina do delírio,
Ri, suspira, soluça, anseia e chora...
Marion! Marion!... É noite ainda.
Que importa os raios de uma nova aurora?!...

Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo...
E deixa-me dormir balbuciando:
– Boa noite! –, formosa Consuelo...

É TARDE

Olha-me, ó virgem, a fronte!
Olha-me os olhos sem luz!
A palidez do infortúnio
Por minhas faces transluz;
Olha, ó virgem — não te iludas —
Eu só tenho a lira e a cruz.
Junqueira Freire

É tarde! É muito tarde!
MontAlverne

É tarde! É muito tarde! O templo é negro...
O fogo-santo já no altar não arde.
Vestal! não venhas tropeçar nas piras...
É tarde! É muito tarde!

Treda noite! E minhalma era o sacrário!
A lâmpada do amor velava entanto,
Virgem flor enfeitava a borda virgem
Do vaso sacrossanto.

Quando Ela veio — a negra feiticeira —
A libertina, lúgubre bacante,
Lascivo olhar, a trança desgrenhada,
A roupa gotejante.

Foi minha crença — o vinho dessa orgia,
Foi minha vida — a chama que apagou-se,
Foi minha mocidade — o toro lúbrico,
Minhalma — o tredo alcouce.

E tu, visão do céu! Vens tateando
O abismo onde uma luz sequer não arde?
Ai! não vás resvalar no chão lodoso...
É tarde! É muito tarde!

Ai! não queiras os restos do banquete!
Não queiras esse leito conspurcado!
Sabes? meu beijo te manchara os lábios
Num beijo profanado.

A flor do lírio de celeste alvura
Quer da lucíola o pudico afago...
O cisne branco no arrufar das plumas
Quer o aljôfar do lago.

É tarde! A rola meiga do deserto
Faz o ninho na moita perfumada...
Rola de amor! não vás ferir as asas
Na ruína gretada.

Como o templo, que o crime encheu de espanto,
Êrmo e fechado ao fustigar do norte,
Nas ruínas desta alma a raiva geme...
E cresce o cardo — a morte —.

Ciúme! dor! sarcasmo! — Aves da noite!
Vós povoais-me a solidão sombria,
Quando nas trevas a tormenta ulula
Um uivo de agonia! ...

.................................................................

É tarde! Estrela-dalva! o lago é turvo.
Dançam fogos no pântano sombrio.
Pede a Deus que dos céus as cataratas
Façam do brejo — um rio!

Mas não!... Somente as vagas do sepulcro
Hão de apagar o fogo que em mim arde...
Perdoa-me, Senhora!... Eu sei que morro...
É tarde! É muito tarde!...

Os Anjos da Meia Noite

Quando a insônia, qual lívido vampiro,
Como o arcanjo da guarda do Sepulcro,
Vela à noite por nós,
E banha-se em suor o travesseiro,
E além geme nas franças do pinheiro
Da brisa a longa voz ...

Quando sangrenta a luz no alampadário
Estala, cresce, expira, após ressurge,
Como uma alma a penar;
E canta aos quizos rubros da loucura
A febre - a meretriz da sepultura
A rir e a soluçar ...

Quando tudo vacila e se evapora,
Muda e se anima, vive e se transforma.
Cambaleia e se esvai...
E da sala na mágica penumbra
Um mundo em trevas rápido se obumbra...
E outro das trevas sai. . .

..................................................
..................................................

Então... nos brancos mantos que arregaçam
Da meia-noite os Anjos alvos passam
Em longa procissão!
E eu murmuro ao fitá-los assombrado:
São os Anjos de amor de meu passado
Que desfilando vão ...

Almas, que um dia no meu peito ardente
Derramastes dos sonhos a semente,
Mulheres, que eu amei!
Anjos louros do céu! virgens serenas!
Madonas, Querubins ou Madalenas!
Surgi! aparecei!

Vinde, fantasmas! Eu vos amo ainda;
Acorde-se a harmonia à noite infinda
Ao roto bandolim ...

............................................................
............................................................

E, no éter, que em notas se perfuma,
As visões salteando uma por uma...
Vão desfilando assim!...

1a SOMBRA

MARIETA

Como o gênio da noite, que desata
O véu de , rendas sobre a espádua nua,
Ela solta os cabelos... Bate a lua
Nas alvas dobras de um lençol de prata

O seio virginal que a mão recata,
Embalde o prende a mão... cresce, flu
Sonha a moça ao relento... Além na
Preludia um violão na serenata!...

... Furtivos passos morrem no lajedo...
Resvala a escada do balcão discreta...
Matam lábios os beijos em segredo...

Afoga-me os suspiros, Marieta!
Oh surpresa! oh palor! oh pranto! oh medo!
Ai! noites de Romeu e Julieta. . .

2a SOMBRA

BÁRBORA

Erguendo o cálix que o Xerez perfuma.
Loura a trança alastrando-lhe os joelhos,
Dentes níveos em lábios tão vermelhos,
Como boiando em purpurina escuma;

Um dorso de Valquíria... alvo de bruma,
Pequenos pés sob infantis artelhos,
Olhos vivos, tão vivos, como espelhos,
Mas como eles também sem chama alguma;

Garganta de um palor alabastrino,
Que harmonias e músicas respira...
No lábio - um beijo... no beijar - um hino;

Harpa eólia a esperar que o vento a fira,
— Um pedaço de mármore divino...
— É o retrato de Bárbara - a Hetaira. —

3a SOMBRA

ESTER

Vem! no teu peito cálido e brilhante
O nardo oriental melhor transpira!
Enrola-te na longa cachemira,
Como as judias moles do Levante,

Alva a clâmide aos ventos - roçagante...
Túmido o lábio, onde o saltério gira...
Ó musa de Israel! pega da lira...
Canta os martírios de teu povo errante!

Mas não... brisa da pátria além revoa,
E ao delamber-lhe o braço de alabastro,
Falou-lhe de partir... e parte... e voa. . .

Qual nas algas marinhas desce um astro...
Linda Ester! teu perfil se esvai... sescoa...
Só me resta um perfume... um canto... um rastro...

4a SOMBRA

FABÍOLA

Como teu riso dói... como na treva
Os lêmures respondem no infinito:
Tens o aspecto do pássaro maldito,
Que em sânie de cadáveres se ceva!

Filha da noite! A ventania leva
Um soluço de amor pungente, aflito...
Fabíola!... É teu nome!... Escuta é um grito,
Que lacerante para os céus seleva!...

E tu folgas, Bacante dos amores,
E a orgia que a mantilha te arregaça,
Enche a noite de horror, de mais horrores...

É sangue, que referve-te na taça!
É sangue, que borrifa-te estas flores!
E este sangue é meu sangue... é meu... Desgraça!

5a e 6a SOMBRAS

CÂNDIDA E LAURA

Como no tanque de um palácio mago,
Dous alvos cisnes na bacia lisa,
Como nas águas que o barqueiro frisa,
Dous nenúfares sobre o azul do lago,

Como nas hastes em balouço vago
Dous lírios roxos que acalenta a brisa,
Como um casal de juritis que pisa
O mesmo ramo no amoroso afago....

Quais dous planetas na cerúlea esfera,
Como os primeiros pâmpanos das vinhas,
Como os renovos nos ramais da hera,

Eu vos vejo passar nas noites minhas,
Crianças que trazeis-me a primavera...
Crianças que lembrais-me as andorinhas! ...

7a SOMBRA

DULCE

Se houvesse ainda talismã bendito
Que desse ao pântano - a corrente pura,
Musgo - ao rochedo, festa - à sepultura,
Das águias negras - harmonia ao grito...,

Se alguém pudesse ao infeliz precito
Dar lugar no banquete da ventura...
E tocar-lhe o velar da insônia escura
No poema dos beijos - infinito...,

Certo. . . serias tu, donzela casta,
Quem me tomasse em meio do Calvário
A cruz de angústias que o meu ser arrasta!. . .

Mas ,se tudo recusa-me o fadário,
Na hora de expirar, ó Dulce, basta
Morrer beijando a cruz de teu rosário!...

8a SOMBRA

ÚLTIMO FANTASMA

Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te libras vaporoso ...

Baixas do céu num vôo harmonioso!...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ...

Onde nos vimos nós? És doutra esfera ?
És o ser que eu busquei do sul ao norte. . .
Por quem meu peito em sonhos desespera?

Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte!
És talvez o ideal que estalma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte!

(Santa Isabel, agosto de 1870.

Adormecida

Ses longs cheveux épars la couvrent tour entiere
La croix de son collier repose dans sa main,
Comme pour témoigner qu'elle a fait sa priere.
Et qu'elle va la faire en s'éveillant demain.
A. DE MUSSET


Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!
"Virgem! — tu és a flor da minha vida!..."

São Paulo, novembro de 1868.


Publicado no livro Espumas flutuantes: poesias de Castro Alves, estudante do quarto ano da Faculdade de Direito de S. Paulo (1870).

In: ALVES, Castro. Obra completa. Org. e notas Eugênio Gomes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 198

AS DUAS ILHAS

Sobre uma página de poesia de V. Hugo
com o mesmo título

Quando à noite — às horas mortas —
O silêncio e a solidão
— Sob o dossel do infinito —
Dormem do mar namplidão,
Vê-se, por cima dos mares,
Rasgando o teto dos ares
Dois gigantescos perfis...
Olhando por sobre as vagas,
Atentos, longínquas plagas
Ao clarear dos fuzis.

Quem os vê, olha espantado
E a sós murmura: "0 que é?
Ai! que atalaias gigantes,
São essas além de pé?!..."
Adamastor de granito
Coa testa roça o infinito
E a barba molha no mar;
É de pedra a cabeleira
Sacudinda onda ligeira
Faz de medo recuar...

São — dous marcos miliários,
Que Deus nas ondas plantou.
Dous rochedos, onde o mundo
Dous Prometeus amarrou!...
— Acolá... (Não tenhas medo!)
É Santa Helena — o rochedo
Desse Titã, que foi rei!...
— Ali... (Não feches os olhos!...)
Ali... aqueles abrolhos
São a ilha de Jersey!...

São eles — os dous gigantes
No século de pigmeus.
São eles — que a majestade
Arrancam da mão de Deus.
— Este concentra na fronte
Mais astros — que o horizonte,
Mais luz — do que o sol lançou!...
— Aquele — na destra alçada
Traz segura sua espada
— Cometa, que ao céu roubou!...

E olham os velhos rochedos
O Sena, que dorme além...
E a França, que entre a caligem
Dorme em sudário também...
E o mar pergunta espantado.
"Foi deveras desterrado
Buonaparte — meu irmão?..."
Diz o céu astros chorando:
"E Hugo?..." E o mundo pasmando
Diz:"Hugo... Napoleão!..."

Como vasta reticência
Se estende o silêncio após...
És muito pequena, ó França,
Pra conter estes heróis...
Sim! que estes vultos augustos
Para o leito de Procustos
Muito grandes Deus traçou...
Basta os reis tremam de medo
Se a sombra de algum rochedo
Sobre eles se projetou!...

Dizem que, quando, alta noite,
Dorme a terra — e vela Deus,
As duas ilhas conversam
Sem temor perante os céus.
— Jersey curva sobre os mares
À Santa Helena os pensares
Segreda do velho Hugo...
— E Santa Helena no entanto
No Salgueiro enxuga o pranto
E conta o que Ele falou...

E olhando o presente infame
Clamam: "Da turba vulgar
Nós — infinitos de pedra —
Nós havemo-los vingar!. . . "
E do mar sobre as escumas,
E do céu por sobre as brumas,
Um ao outro dando a mão...
Encaram a imensidade
Bradando: "A Posteridade!..."
Deus ri-se e diz: "Inda não!. . . "

Deusa Incruenta

À IMPRENSA

Ao Grêmio Literário`
ANTÍTESE A "TERRIBILIS DEÁ"

QUANDO ELA se alteou das brumas da Alemanha,
Alva, grande, ideal, lavada em luz estranha,
Na destra suspendendo a estrela da manhã...
O espasmo de um fuzil correu nos horizontes...
Clareou-se o perfil dos alvacentos montes,
Dos cimos do Peru... às grimpas do Hindustã!!...

Tinha na mão brilhante a trompa bronzeada!
Vestia o longo véu da vestal inspirada!
Era Palas talvez! ... talvez um serafim!...

O albor de Beatriz no imaginar do Dante!. . .
O olhar da Pitonisa em trípode gigante!
Do mundo — Anjo da guarda! enorme querubim!...

Ergueu-se! Olhou de roda os plainos do Universo...
No peito das Nações seu braço longo, imerso
Palpou-lhe o estrepitar do estoso coração!...
— Gênio e santa! — a mulher um grito ergueu profundo,
Abriu braços de mãe — pra acalentar o mundo,
Asas de Serafim — pra abrigar a amplidão.

Rugiram de terror ao ver-lhe o rir sublime...
O sátrapa, o chacal, a tirania, o crime...
O abutre, o antro, o mocho, o erro, a escravidão!
Disse a gruta pra o céu: "Que deusa é esta ingente?"
O espaço respondeu: "É a Diva do Ocidente!...
A consciência do mundo! o Eu da criação!"

E quando Ela surgiu, — os pólos se abraçaram!
O Zênite e o Nadir, — surpresos, se escutaram!
O Norte - ouviu, chorando, o soluçar — do Sul!
O abafado estertor do servo miserando,
Da deusa no clarim gigante reboando,
Clamou da terra — verde... ao firmamento — azul! ...

Uma noite... no chão da Grécia - peregrina,
A Deusa ajoelhou... da poeira divina
O fantasma de Homero então viram surgir!
"Ainda viajar" diz o velho em assombro...
"Quem és? "Eu sou teu guia... Encosta-te ao meu ombro."
— "Então, levas-me longe?" — "Eu levo-te ao porvir!"

No forum colossal da sempiterna Roma
De Cícero a figura apaixonada assoma
E de novo retumba o verbo atroador...
Tem hoje por tribuna imensa — a eternidade,
Por Forum o universo! é plebe — a humanidade!
A seus pés as nações! os séculos — em redor!

Quando a Bastilha vil tremia desraigada
E da mole ao sopé soava a martelada,
A catapulta humana, a voz de Mirabeau!...
Quando aquele ideal Quasímodo do abismo
Se agitava a ulular dos Reis no cataclismo,
— Sineiro que rebate aos séculos tocou!...

Eriçado, feroz, suado, monstruoso,
Magnífico de horror, divino, proceloso...
A Deusa se atirou nos braços do Titão!!
Mas, sentindo que o Deus inteiriçado tomba...

Dos tronos coa madeira — arvora-lhe a hecatomba!
Coas púrpuras dos reis — acende-lhe um clarão!

Seguiu do Childe errante o iate aventureiro...
Beijou-lhe a palidez ao Lord-Forasteiro,
De Veneza, a lasciva — à lânguida Stambul!
E, quando o Lara-Inglês expira, o Pajem louro
É Ela!... E fala... e aponta o firmamento de ouro,
Gulnar lembra a Conrado o seu país de azul!...

Quando a Polônia casta, essa Lucrécia nova,
Para fugir — a um leito, arroja-se a — uma cova...
E mata-se de nojo... aos beijos de um Czar...
Uma atriz funeral surge do negro palco,
Tira à chaga o punhal, descobre o catafalco...
E deixa sobre a Europa... o ferro gotejar!

— Amazona sombria — ela arrebata o Goethe
Na garupa a fumar do tártaro ginete,
Pela noite hibernal dos séculos ao sabá!...
Anjo, às vezes, no céu fatídico revca,
A buzinar de cobre os longos ares troa...
Ergue-se a meio o chão do escuro Josafá!

Salve, Deusa incruenta! Imensa Divindade!
— Barqueira desse mar — chamado a Eternidade! —
Que às margens do Cocito embarcas os heróis...
Em prol da Humanidade a Deus levas o grito.
Tens os olhos — na terra a boca — no infinito!
A meia lua aos pés! Na cabeleira — os sóis!!!

Quando Ela se alteou nas brumas da Alemanha,
Alva, grande, ideal, lavada em luz estranha,
Na destra suspendendo a estrela da manhã...
O espasmo de um fuzil correu nos horizontes ...
Clareou-se o perfil dos alvacentos montes
Dos cimos do Peru às grimpas do Hindostã!!...
..................................................

COUP DÉTRIER

É preciso partir! Já na calçada
Retinem as esporas do arrieiro;
Da mula a ferradura tacheada
Impaciente chama o cavaleiro;
A espaços ensaiando uma toada
Sincha as bestas o lépido tropeiro ...
Soa a celeuma alegre da partida,
O pajem firma o loro e empunha a brida.

Já do largo deserto o sopro quente
Mergulha perfumado em meus cabelos.
Ouço das selvas a canção cadente
Segredando-me incógnitos anelos.
A voz dos servos pitoresca, ardente
Fala de amores férvidos, singelos ...
Adeus! Na folha rota de meu fado
Traço ainda um — adeus — ao meu passado.

Um adeus! E depois morra no olvido
Minha história de luto e de martírio,
As horas que eu vaguei louco, perdido
Das cidades no tétrico delírio;
Onde em pântano turvo, apodrecido
Díntimas flores não rebenta um lírio...
E no drama das noites do prostíbulo
É mártir — alma... a saturnal — patíbulo!

Onde o Gênio sucumbe na asfixia
Em meio à turba alvar e zombadora;
Onde Musset suicida-se na orgia,
E Chatterton na fome aterradora!
Onde, à luz de uma lâmpada sombria,
O Anjo-da-Guarda ajoelhado chora,
Enquanto a cortesã lhe apanha os prantos
Pra realce dos lúbricos encantos! ...

Abre-me o seio, ó Madre Natureza!
Regaços da floresta americana,
Acalenta-me a mádida tristeza
Que da vaga das turbas espadana.
Troca destalma a fria morbideza
Nessa ubérrima seiva soberana! ...
O Pródigo ... do lar procura o trilho ...
Natureza! Eu voltei ... e eu sou teu filho!

Novo alento selvagem, grandioso
Trema nas cordas desta frouxa lira.
Dá-me um plectro bizarro e majestoso,
Alto como os ramais da sicupira.
Cante meu gênio o dédalo assombroso
Da floresta que ruge e que suspira,
Onde a víbora lambe a parasita ...
E a onça fula o dorso pardo agita!

Onde em cálix de flor imaginária
A cobra de coral rola no orvalho,
E o vento leva a um tempo o canto vário
Daraponga e da serpe de chocalho...
Onde a soidão é o magno estradivário
Onde há músclos em fúria em cada galho,
E as raízes se torcem quais serpentes...
E os monstros jazem no ervaçal dormentes.

E se eu devo expirar... se a fibra morta
Reviver já não pode a tanto alento...
Companheiro! Uma cruz na selva corta
E planta-a no meu tosco monumento!...
Da chapada nos ermos... (o quimporta?)
Melhor o inverno chora... e geme o vento.
E Deus para o poeta o céu desata
Semeado de lágrimas de prata!...

Curralinho, 1 de junho de 1870.

Castro Alves (Curralinho [Castro Alves] BA, 1847 – Salvador BA, 1971) viveu na Bahia até 1862, quando mudou-se para Recife, onde iniciou, em 1864, os estudos na Faculdade de Direito. Em Recife ele publicou seu primeiro poema, Destruição de Jerusalém, fundou uma sociedade abolicionista, com Rui Barbosa, e se apaixonou pela atriz portuguesa Eugênia Câmara, para quem escreveu a peça Gonzaga ou a Revolução de Minas. Em 1867 a peça estreou em Salvador, trazendo consagração ao poeta e à atriz. No ano seguinte, Castro Alves, então no Rio de Janeiro, a leria para José de Alencar, que o apresentaria a Machado de Assis. No mesmo ano, 1868, o poeta chegou a São Paulo, onde continuou seus estudos de Direito. Na sessão magna promovida pela faculdade para comemorar a independência do Brasil, ele declamou pela primeira vez o poema Navio Negreiro. Seu único livro publicado em vida foi Espumas Flutuantes (1870). Pertencente à última geração romântica, Castro Alves cantou o amor e a mulher de forma sensual e inovadora, mas é por sua poesia de temática social, que denuncia a escravidão e as desigualdades de classe, que é considerado um dos maiores e mais populares poetas brasileiros.
-
Castro Alves, a escravidão e o condor | Nerdologia
Castro Alves - Bahia
Castro Alves - Amar E Ser Amado
História de Castro Alves
A poesia da LIBERDADE de Castro Alves
CASTRO ALVES, A CIDADE DO POETA
BIOGRAFIAS NA HISTÓRIA: QUEM FOI CASTRO ALVES?
Navio Negreiro - Castro Alves
Zoe Jakes e Joline Andrade | Simbiose Show | Fusion Festival 2023
Entrada Castro Alves - RS [Campeonato Nacional 2022]
Horas De Saudade | Poema de Castro Alves com narração de Mundo Dos Poemas
O NAVIO NEGREIRO, DE CASTRO ALVES (#351)
AULA 24 | ROMANTISMO: CASTRO ALVES (Estilo de Época) | PROF. JORGE MIGUEL
POESIA E PROSA COM MARIA BETHÂNIA | Ep.4 CASTRO ALVES (1/5)
Banda marcial Castro Alves- Sinfonia africana
Navio Negreiro - Poema de Castro Alves
Mensagem Psicografica de Castro Alves
Conhecendo Castro Alves na Bahia, a cidade do Poeta! incrível cidade histórica!
ROMANTISMO: TERCEIRA FASE (CONDOREIRA) | Resumo de Literatura para o Enem
Castro Alves - RS 1ª Peça [Campeonato Nacional 2022]
A Duas Flores | Poema de Castro Alves com narração de Mundo Dos Poemas
Castro Alves - A Duas Flores
CASTRO ALVES - "Poeta dos Escravos" - Último Grande Poeta da 3ª Geração Romântica Brasil
Castro Alves: retrato falado do poeta (1999) - FILME COMPLETO
MOSTRANDO A FEIRA DE CASTRO ALVES-BAHIA
CASTRO ALVES-BA, "cortando o centro da cidade"
Adormecida | Poema de Castro Alves com narração de Mundo Dos Poemas
Castro Alves (1847 – 1871)
Ciência & Letras - Castro Alves
Supercopa do Poeta de Rua - 21/01/2024 / Castro Alves - Itatim News
Supercopa do Poeta de Ruas / Castro Alves - Itatim News
Supercopa do Poeta de Rua - 21/01/2024 / Castro Alves - Itatim News
CASTRO ALVES 1 x 1 PORTO SEGURO | PARTIDA COMPLETA | SEMIFINAL DO INTERMUNICIPAL 2023
Rolando Lero - Como morreu Castro Alves (1ª versão)
Não Sabes | Poema de Castro Alves com narração de Mundo Dos Poemas
A Duas Flores - Castro Alves
Castro Alves, o brasileiro conhecido como 'poeta dos escravos'
Supercopa do Poeta de Rua - 14/01/2024 / Castro Alves - Itatim News
O ADEUS DE TERESA - CASTRO ALVES - ANÁLISE - VESTIBULAR UNIOESTE 2023 2024 2025
#691 -O NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES - CONTO UM CONTO #audiolivro
O livro e a América Castro Alves
Espumas Flutuantes - Castro Alves
Rancho Club - Castro Alves/Ba - Pura diversão com a todeboaturismo
Castro Alves (1/2) - De Lá Pra Cá - 01/05/2011
Os escravos (Castro Alves) | Vandeir Freire
CASTRO ALVES - VIDA E OBRAS
CASTRO ALVES - A CANÇÃO DO AFRICANO - POR CID MOIREIRA
Livro "Espumas flutuantes", Castro Alves
Castro Alves x Crisópolis | Oitavas de Final do Intermunicipal 2023 - Itatim News
A 3ª Geração do Romantismo - Castro Alves - O Navio Negreiro
pedro
alguém pode me ajudar?
28/abril/2021
pedro
A poesia de caráter político-social de Castro Alves é marcada pela grandiloquência e pela oratória inflamada. Para traduzir o movimento de forças que se opõem, o poeta faz uso exagerado das antíteses. destaque, do poema, três exemplos dessa figura de linguagem.
28/abril/2021
Pedro
tem alguém ai?
28/abril/2021
Joao
Este poema LINDOOOO
12/março/2021
Jéssica Passos
Castro Alves nasceu as cabeceiras, na margem, do rio Paraguaçu, na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu.
01/março/2021
Jéssica Passos
A fazenda Cabaceiras, localiza-se na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu -BA e não na cidade Castro Alves.
01/março/2021
Felícia Sales
sou da cidade natal de castro alves e tenho uma admiração imensa por ele adoro os poemas dele!!!
20/janeiro/2021
Echos Rodrigues
Lindo demais... Toda uma história em apenas um poema... Maravilha...
29/dezembro/2020
.........
.
05/novembro/2020
Isadora
Maravilhoso
05/novembro/2020
M
Junho de 1865
26/junho/2020
...
Alguém sabe qual foi o ano de publicação??
13/maio/2020
..
Qual foi o ano ?
07/maio/2020
ALTAIR CASCAES
hÁ QUE TER MAIS CUIDADO QUANDO TRANSCREVER O POEMA DO CASTRO ALVES, POIS NO SEGUNDO QUARTETO VOCÊ ESCREVE : ó NOITE CÚMPLICE! NOITE DE MAIOR, não, não é maior é MAIO
05/maio/2020
Kenji
De q ano é a obra?
05/maio/2020
Romilson Damaceno
Pensamento de Amor, uma obra prima desse gênio do romantismo brasileiro, leiam também Gesso e Bronze que ele escreveu para Agnese, sua última paixão.
25/março/2020
Joana Darc
Amo todos os poemas dele!
10/janeiro/2020
pedro
maravilhoso
08/novembro/2019
Mickeilla🍃🍃
Uai
11/outubro/2019
Mickeilla
Ele viveu por 24 anos apenas??
11/outubro/2019
lale
top
09/outubro/2019
Gilvana Dias
Castro Alves nasceu na Fazenda Cabaceiras, freguesia de Muritiba, hoje Cabaceiras do Paraguacú-Bahia. Quem morava em Curralinho era a mãe dele antes de casar.
09/agosto/2019
Talita de Menezes Cerqueira
Castro Alves nasceu em Cabaceiras do Paraguaçu, na época era um pequeno distrito da cidade de Muritiba-BA.
10/março/2018

Quem Gosta

Seguidores