Edmir Domingues
Edmir Domingues da Silva foi um advogado e poeta brasileiro.
1927-06-08 Recife Pernambuco Brasil
2001-04-01 Recife
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Canção amarga II
Acender o cigarro que não fumo
nos limites finais da noite enorme.
A janela, o jornal, o dia amargo
da amargura sem causa
que é a amargura
maior.
Pela janela aberta chegam ventos
(por nome alísios) sopros descendentes.
Ao longe o nosso barco, abertos panos
para todos os ventos do universo.
Por que tanto amargor
se na distância
há outros ventos calmos
carregados
dos aromas silvestres?
Por que tanto amargor
quando nos longes
correm claros regatos
de águas mansas paradas nos remansos?
Por que tanto amargor
se há garças brancas
sobrevoando o pantanal imenso?
E há paz ainda - a paz inexcedível
- nos recantos do mundo
que habitamos?
No entanto um outro mundo
o mundo interior, sofre esse mundo
a angústia de existir.
A resposta à amargura
o trágico desejo
de um auto-venefício, a ter por termo
o aspirado não ser
melhor que o ser.
Uma estranha anaconda
(o íntimo inimigo)
envolve e esmaga o coração
ferido.
nos limites finais da noite enorme.
A janela, o jornal, o dia amargo
da amargura sem causa
que é a amargura
maior.
Pela janela aberta chegam ventos
(por nome alísios) sopros descendentes.
Ao longe o nosso barco, abertos panos
para todos os ventos do universo.
Por que tanto amargor
se na distância
há outros ventos calmos
carregados
dos aromas silvestres?
Por que tanto amargor
quando nos longes
correm claros regatos
de águas mansas paradas nos remansos?
Por que tanto amargor
se há garças brancas
sobrevoando o pantanal imenso?
E há paz ainda - a paz inexcedível
- nos recantos do mundo
que habitamos?
No entanto um outro mundo
o mundo interior, sofre esse mundo
a angústia de existir.
A resposta à amargura
o trágico desejo
de um auto-venefício, a ter por termo
o aspirado não ser
melhor que o ser.
Uma estranha anaconda
(o íntimo inimigo)
envolve e esmaga o coração
ferido.
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