António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa, foi um poeta, português, tradutor e desenhador. Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde.
1924-10-17 Faro
2013-09-23 Lisboa
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Em Torno Um Espaço
Em torno um espaço
— e já a noite ou a sombra
desta mão?
Um espaço. Um espaço
de equilíbrio.
Ausente sempre.
Existe ou não existe?
Que me importa? Um espaço
o cerca. Um equilíbrio.
Onde se encontra? Como
saber se nele tropeço, ou o desfaço?
Se o visse, como o diria?
Direi que é nada. Nada.
Que digo eu? Que é nada
ou só o muro que o tapa.
Fumo de palavras. Nada,
a raiva torpe, o negro
inútil destas linhas.
E todavia o espaço,
o equilíbrio,
o equilíbrio do espaço.
Como, como se,
um sopro submerso,
um feixe de haustos,
um novo corpo
num espaço de equilíbrio.
(Efémero desde sempre?
Irredutível?
A palavra o recolhe
mas não o diz?
E que digo eu agora?
Apenas que ele existe?)
Um espaço. Um equilíbrio.
Um espaço
de equilíbrio.
Em torno ao que
às vezes chamo árvore
ou tronco.
— e já a noite ou a sombra
desta mão?
Um espaço. Um espaço
de equilíbrio.
Ausente sempre.
Existe ou não existe?
Que me importa? Um espaço
o cerca. Um equilíbrio.
Onde se encontra? Como
saber se nele tropeço, ou o desfaço?
Se o visse, como o diria?
Direi que é nada. Nada.
Que digo eu? Que é nada
ou só o muro que o tapa.
Fumo de palavras. Nada,
a raiva torpe, o negro
inútil destas linhas.
E todavia o espaço,
o equilíbrio,
o equilíbrio do espaço.
Como, como se,
um sopro submerso,
um feixe de haustos,
um novo corpo
num espaço de equilíbrio.
(Efémero desde sempre?
Irredutível?
A palavra o recolhe
mas não o diz?
E que digo eu agora?
Apenas que ele existe?)
Um espaço. Um equilíbrio.
Um espaço
de equilíbrio.
Em torno ao que
às vezes chamo árvore
ou tronco.
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