António Ramos Rosa
António Victor Ramos Rosa, foi um poeta, português, tradutor e desenhador. Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde.
1924-10-17 Faro
2013-09-23 Lisboa
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Entrar. Com o Vagar do Campo. Sem Ferir.
Entrar. Com o vagar do campo. Sem ferir.
As mesas estão dispostas pela mulher ausente.
Onde os convidados? Há flores em toda a casa.
Só uma chama brilha no fogão. A luz é baça.
Num quarto, uma cama e o entrevisto corpo
de uma mulher alta.
Que se passou? A luz era demais.
A mulher não esperava a festa que eu sonhava
e era ela própria que a criava no espelho
com o mar extenso e o ar fresco da praia.
As mãos dela busquei-as, reconheci-as magras
sangrando. Os animais gritaram.
As mesas estão dispostas pela mulher ausente.
Onde os convidados? Há flores em toda a casa.
Só uma chama brilha no fogão. A luz é baça.
Num quarto, uma cama e o entrevisto corpo
de uma mulher alta.
Que se passou? A luz era demais.
A mulher não esperava a festa que eu sonhava
e era ela própria que a criava no espelho
com o mar extenso e o ar fresco da praia.
As mãos dela busquei-as, reconheci-as magras
sangrando. Os animais gritaram.
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