NA NOITE FÍSICA
(desentranhado de um poema de Charles Peixoto)
A luz do quarto apagada,na escuridão se destaca
a insônia que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
Ao despertar levo as marcas
que de noite rabiscavas
em minha pele com a sarna
ávida de tua raiva?
E em você a cega trama
algum mal pôde? ou maltrata
ainda, que penetrava
concha, espádua, gargalhada?
E, em nosso rosto essa raiva
aberta? que estranha lava
é essa que, rubra (baba
de algum diabo), se espalha?
A luz do quarto apagada,
na escuridão se destaca
a fúria que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
A luz do quarto apagada,na escuridão se destaca
a insônia que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
Ao despertar levo as marcas
que de noite rabiscavas
em minha pele com a sarna
ávida de tua raiva?
E em você a cega trama
algum mal pôde? ou maltrata
ainda, que penetrava
concha, espádua, gargalhada?
E, em nosso rosto essa raiva
aberta? que estranha lava
é essa que, rubra (baba
de algum diabo), se espalha?
A luz do quarto apagada,
na escuridão se destaca
a fúria que nos atraca,
dois gêmeos na bolsa d'água.
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