Canção de Anquises
Não reflete o bronze polido
a imagem dos passados anos:
a fronte sem marca de cãs,
sem rugas, braços vigorosos,
luz no olhar, aprumado dorso,
o viço na pele rosada,
pernas firmes. Oh, juventude!
Um dia, no passado esplêndido,
subi ao leito de Afrodite.
Agora, vejo a decadente
massa deformada insinuar,
na comissura de meus lábios
pensos, a pena iniludível,
que aguarda a todo ser humano.
Ao pé das muralhas de Tróia
devastada, deponho a lança
inútil, que vibrou outrora.
a imagem dos passados anos:
a fronte sem marca de cãs,
sem rugas, braços vigorosos,
luz no olhar, aprumado dorso,
o viço na pele rosada,
pernas firmes. Oh, juventude!
Um dia, no passado esplêndido,
subi ao leito de Afrodite.
Agora, vejo a decadente
massa deformada insinuar,
na comissura de meus lábios
pensos, a pena iniludível,
que aguarda a todo ser humano.
Ao pé das muralhas de Tróia
devastada, deponho a lança
inútil, que vibrou outrora.
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