José Terra

1928-05-24 Prozelo, Arcos de Valdevez
2014-01-17 Paris
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Insegurança

Tenho medo de ti, ó meu irmão,
Dessas palavras mansas tenho medo,
Se até as pedras ouvem o segredo
Guardado nos confins do coração ...

Tenho receio, amor, dessa canção
Que tu me cantas, desse teu enredo
Será teu corpo a nau para o degredo.
Teus braços nus a grade da prisão?

Minha mãe! minha mãe! não te confio
O meu destino e é vão esse teu pranto!
Não trairás acaso o filho amado?

Não me conheço nessa voz que rio,
Espreitam-me os assassinos, e, no entanto,
É um criminoso o que ficar calado!

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