20-X-(Arrife)

não vinhas tu
com pontes e cais,
logradouros e vilas,
bairros perdidos na metrópole ensimesmada
por estradas e viadutos como multidões em arcos
não vinhas tu
do continente vasto chorando pelos negrinhos
dos morros que morrem de fome
nas caladas calados que anseiam farfalhas
nas grandes vilas favelas abismadas
não vinhas tu severa de amores muda e negra
cidade dos portos e dos cais
oco rr eco rre... os meninos
correndo com os comparsas
com passos magros e velhos
em toda multidão semesplendores
é o teu destino acender velas
aos mistérios e crendices do teu povo inquieto
que plasma no rasto e nas arestas
no atol atlântico de aspecto altivo
é o teu dever projetar as novas luzes
proteger as velhas sombras
pedras ruas e alamedas
petrificando os ambíguos heróis.

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