O Destino da Lira

Dói recolher, na concha e na alma, o alheio pranto
— orvalho a gotejar de outras raízes...
Mas é tão doce a dor de o transformar num canto
Que console infelizes!...

O destino da Lira é como o das estrelas,
Belas e inúteis, aparentemente:
Mas a força vital infinita que há nelas
Faz brotar a semente.

O destino da Lira é o destino das rosas,
morrendo mas deixando o aroma que erra,
Ou no ar ou no esplendor das mulheres formosas,
Como um bem feito à terra.

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