Aqui onde só o vento é testemunha,

Aqui onde só o vento é testemunha,
onde minhalma bruxuleia,
meu pensamento divaga
em construções absurdas.

Quando em meio a clausura,
mesmo que, cercado de formosura
poderia eu dessa tristeza me libertar?

Sei que não observo com
alegria o desabrochar da primavera
em seu sincronismo que eleva a alma
a um patamar inacreditável.

Imperdoável seria se almenos
em um dia, eu não me precipitasse,
e com critério observasse
o que é para mim tão longe,
mas que é na verdade uma silenciosa prece.

Cálido báratro quero que em seus braços
me tome e que minhalma se evole calmamente
junto com o perfume das flores,
para que assim eu possa entender a vida,
e recomeçar na morte!

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