Verbo Encarnado e seu Autor
por Elizabeth Dias Martins
Verbo Encarnado é o quarto livro de poemas de Roberto Pontes, que já publicou Contracanto (Fortaleza: SIN Edições, 1968), Lições de Espaço (Fortaleza: Imprensa Universitária, 1970) e Memória Corporal (Rio: Edições Antares, 1982).
Verbo Encarnado vem a público quatorze anos após seu último livro, apesar de anunciado desde 1976, no extinto Jornal de Letras, em coluna assinada por Pedro Lyra.
Os poemas reunidos em Verbo Encarnado são antecedidos de prefácio escrito pelo poeta Moacyr Félix, e apresentados, nas abas, por texto assinado pelo poeta-crítico Fernando Py, da geração 60.
O livro contém cinqüenta e nove poemas e mais a tradução francesa de "Os ausentes" feita pelos frades do convento de La Tourette, Lyon, que acolheram Frei Tito de Alencar Lima, quando de seu exílio, e a quem os versos são dedicados.
Todos os poemas do livro são de natureza política, em parte dedicados a vergastar a tirania dos regimes de exceção, em parte para registrar e denunciar as mazelas universais que intranqüilizam o homem. Poemas circunstanciais e datados, é certo, mas realizados com muita habilidade técnica, o que os faz transcender o reles plano do panfletarismo, como ressaltaram Moacyr Félix e Fernando Py. O volume se encerra com notas posteriores, do próprio A., nas quais o leitor pode informar-se acerca da gênese textual e do fato histórico motivador de cada peça.
RP tem uma proposta criativa que fecha agora seu primeiro ciclo. Seu livro de estréia continha três vertentes: a lírica, a experimental e a política. O segundo, ganhador do "Prêmio Universidade Federal do Ceará", desenvolveu linguagem experimental, recolhendo as contribuições do que se convencionou chamar "vanguarda". O terceiro, trabalho inteiramente lírico, é marcado por intensa carga de erotismo já ressaltada por Lúcia Helena e Carlos d’Alge. Por sua vez, Verbo Encarnado realiza exclusivamente a última diretriz do citado ciclo.
A retomada da proposta criativa do A. já está definida. Ainda em 1996 será publicado Tempo Único & Os Movimentos de Chronos, retorno e ao mesmo tempo avanço na poetização de uma categoria, a exemplo do que fez em Lições de Espaço.
Nascido em 1944, RP é ex-militante da Juventude Estudantil Católica-JEC e da Ação Popular-AP. Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, respondeu a IPM durante o regime de exceção em 1964. Foi integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Ce., Vice-Presidente do Centro Brasil Democrático-Ce., e um dos fundadores do PT no Brasil e em seu Estado.
Cursou Direito (1969), Mestrado em Literatura Brasileira (1991), na UFC, e cursa o Doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa na PUC-Rio. É professor de Literatura Portuguesa da UFC. A convite da Fundação Biblioteca Nacional, tem ministrado oficinas de poesia para quem já se dedica ao gênero.
Colaborou em revistas como Encontros com a Civilização Brasileira, Tempo Brasileiro, Vozes e, na imprensa, com o Jornal de Letras (RJ), Suplemento Literário Minas Gerais (BH) e Correio das Artes (PB). Atualmente, vem colaborando com as revistas Poesia Sempre (RJ) e Brazilian Book Magazine (RJ), ambas da Fundação Biblioteca Nacional e com o jornal Poiésis Literatura (Petrópolis).
O A. foi traduzido para o francês e o espanhol e participa de oito antologias, dentre as quais, SINCRETISMO: A poesia da geração 60, organizada por Pedro Lyra, figurando ao lado de Mário Faustino, Marly de Oliveira, Carlos Nejar, Fernando Py, Ivan Junqueira, Neide Archanjo, Affonso Romano de Sant’anna, Cláudio Murilo, Olga Savary, Carlos Lima, Lindolf Bell, Astrid Cabral, Orides Fontela, Sérgio de Castro Pinto, entre outros.
ELIZABETH DIAS MARTINS é Mestre em Literatura Brasileira/UFC
e doutoranda em Literaturas de Língua Portuguesa /PUC-Rio.
Foi professora de Literatura Portuguesa na Universidade Federal
do Ceará. Atualmente ministra Oficina de Interpretação Literária na
Fundação Biblioteca Nacional (RJ).
Verbo Encarnado é o quarto livro de poemas de Roberto Pontes, que já publicou Contracanto (Fortaleza: SIN Edições, 1968), Lições de Espaço (Fortaleza: Imprensa Universitária, 1970) e Memória Corporal (Rio: Edições Antares, 1982).
Verbo Encarnado vem a público quatorze anos após seu último livro, apesar de anunciado desde 1976, no extinto Jornal de Letras, em coluna assinada por Pedro Lyra.
Os poemas reunidos em Verbo Encarnado são antecedidos de prefácio escrito pelo poeta Moacyr Félix, e apresentados, nas abas, por texto assinado pelo poeta-crítico Fernando Py, da geração 60.
O livro contém cinqüenta e nove poemas e mais a tradução francesa de "Os ausentes" feita pelos frades do convento de La Tourette, Lyon, que acolheram Frei Tito de Alencar Lima, quando de seu exílio, e a quem os versos são dedicados.
Todos os poemas do livro são de natureza política, em parte dedicados a vergastar a tirania dos regimes de exceção, em parte para registrar e denunciar as mazelas universais que intranqüilizam o homem. Poemas circunstanciais e datados, é certo, mas realizados com muita habilidade técnica, o que os faz transcender o reles plano do panfletarismo, como ressaltaram Moacyr Félix e Fernando Py. O volume se encerra com notas posteriores, do próprio A., nas quais o leitor pode informar-se acerca da gênese textual e do fato histórico motivador de cada peça.
RP tem uma proposta criativa que fecha agora seu primeiro ciclo. Seu livro de estréia continha três vertentes: a lírica, a experimental e a política. O segundo, ganhador do "Prêmio Universidade Federal do Ceará", desenvolveu linguagem experimental, recolhendo as contribuições do que se convencionou chamar "vanguarda". O terceiro, trabalho inteiramente lírico, é marcado por intensa carga de erotismo já ressaltada por Lúcia Helena e Carlos d’Alge. Por sua vez, Verbo Encarnado realiza exclusivamente a última diretriz do citado ciclo.
A retomada da proposta criativa do A. já está definida. Ainda em 1996 será publicado Tempo Único & Os Movimentos de Chronos, retorno e ao mesmo tempo avanço na poetização de uma categoria, a exemplo do que fez em Lições de Espaço.
Nascido em 1944, RP é ex-militante da Juventude Estudantil Católica-JEC e da Ação Popular-AP. Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, respondeu a IPM durante o regime de exceção em 1964. Foi integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Ce., Vice-Presidente do Centro Brasil Democrático-Ce., e um dos fundadores do PT no Brasil e em seu Estado.
Cursou Direito (1969), Mestrado em Literatura Brasileira (1991), na UFC, e cursa o Doutorado em Literaturas de Língua Portuguesa na PUC-Rio. É professor de Literatura Portuguesa da UFC. A convite da Fundação Biblioteca Nacional, tem ministrado oficinas de poesia para quem já se dedica ao gênero.
Colaborou em revistas como Encontros com a Civilização Brasileira, Tempo Brasileiro, Vozes e, na imprensa, com o Jornal de Letras (RJ), Suplemento Literário Minas Gerais (BH) e Correio das Artes (PB). Atualmente, vem colaborando com as revistas Poesia Sempre (RJ) e Brazilian Book Magazine (RJ), ambas da Fundação Biblioteca Nacional e com o jornal Poiésis Literatura (Petrópolis).
O A. foi traduzido para o francês e o espanhol e participa de oito antologias, dentre as quais, SINCRETISMO: A poesia da geração 60, organizada por Pedro Lyra, figurando ao lado de Mário Faustino, Marly de Oliveira, Carlos Nejar, Fernando Py, Ivan Junqueira, Neide Archanjo, Affonso Romano de Sant’anna, Cláudio Murilo, Olga Savary, Carlos Lima, Lindolf Bell, Astrid Cabral, Orides Fontela, Sérgio de Castro Pinto, entre outros.
ELIZABETH DIAS MARTINS é Mestre em Literatura Brasileira/UFC
e doutoranda em Literaturas de Língua Portuguesa /PUC-Rio.
Foi professora de Literatura Portuguesa na Universidade Federal
do Ceará. Atualmente ministra Oficina de Interpretação Literária na
Fundação Biblioteca Nacional (RJ).
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