Alfredo Castro
Alfredo de Miranda Castro. Transferido para o Ceará logo após sua formatura em Direito, por volta de 1895, foi juiz no Aracati, vindo mais tarde a exercer o cargo de Procurador da República . Aqui produziu o melhor de sua obra, e publicou De Sonho em Sonho (1906), livro. que só muito vagamente deixa entrever o artista impecável que seria mais tarde. Seus poemas parnasianos compõem um livro que permanece inédito, Ocaso em Fogo. É autor ainda da conferência O Poeta e a Poesia (1913), e praticava também o estud·o crítico. Pertenceu à Academia Cearense de Letras .
1873-11-30 Pernambuco
1926-04-01 Fortaleza
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Psicologia do Adeus
Tempo de febre, tempo de loucura,
Esse tempo desfeito tão depressa,
Em que tua alma arrebatada e pura
Me vinha em festa, cheia de promessa.
Tempo de anseios, tempo de ventura,
Em que os teus sentimentos punhas nessa
Força que dava à minha mão, segura
No adeus, à tua. Era a paixão — confessa!
Era a paixão, que em teu olhar brilhava,
De radiosas visões te enchendo a vida,
Dos meus desejos te fazendo escrava.
Hoje, num gesto todo indiferente,
Tomando a minha mão na despedida,
Dás-me as pontas dos dedos, frouxamente!
Esse tempo desfeito tão depressa,
Em que tua alma arrebatada e pura
Me vinha em festa, cheia de promessa.
Tempo de anseios, tempo de ventura,
Em que os teus sentimentos punhas nessa
Força que dava à minha mão, segura
No adeus, à tua. Era a paixão — confessa!
Era a paixão, que em teu olhar brilhava,
De radiosas visões te enchendo a vida,
Dos meus desejos te fazendo escrava.
Hoje, num gesto todo indiferente,
Tomando a minha mão na despedida,
Dás-me as pontas dos dedos, frouxamente!
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