Ausência

É estranho...
Quando deixas a ilha
Sinto os meus dias prenhes
Do imenso vazio da tua ausência

Resta o teu cheiro...
No quarto, na almofada da cama
Em cada canto da casa...

Confesso que nunca o sinto assim tão à flor da pele
No compasso voraz do nosso dia-a-dia

Só então me apercebo
Como a usura do tempo
Traça, sem darmos conta, superfícies planas
Esbate, sem piedade, as vivas arestas
Da cor dos nossos sentimentos

Amo-te em fogo juvenil quando estás longe
Habituo-me a ti
Se estás por perto.

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