Jaime Gralheiro

Dramaturgo, encenador e advogado. Fez a instrução primária em São Pedro do Sul e o curso dos liceus em Lamego e no Porto e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1956, fixando-se em São Pedro do Sul, onde exerce a advocacia. Especialista em questões dos baldios, direitos reais e acidentes de trânsito, tem sido advogado de uma empresa seguradora ao longo dos últimos trinta anos e é delegado da Ordem dos Advogados em S. Pedro do Sul desde o início da década de setenta. Tem artigos técnicos publicados em revistas da especialidade. Escreveu a sua primeira peça aos dezanove anos – Feia –, publicada na revista Inicial, do Colégio João de Deus, do Porto, em 1950. Enquanto estudante em Coimbra, fez parte da TAUC (Tuna Académica da Universidade de Coimbra) e ajudou a fundar o CITAC (Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) em 1956. Já radicado em São Pedro do Sul, funda em 1971, com José de Oliveira Barata e Manuela Cruzeiro, o Cénico - Grupo de Teatro Popular, de que foi director e o encenador de todos os espectáculos. Esteve desde sempre ligado a uma forte actividade cultural, sobretudo na região centro do país (Aveiro, Viseu, Coimbra e Castelo Branco), através da regular encenação de espectáculos teatrais, palestras e cursos, colóquios e seminários, etc. Tem colaborado com crónicas nos jornais Diário de Lisboa, República, O Diário, Diário de Notícias e em jornais e rádios locais. Algumas das suas peças foram proibidas pela Censura antes do 25 de Abril de 1974. Em 1978 foi considerado pela Sociedade Portuguesa de Autores o autor português mais representado nesse ano. Foi presidente suplente da Direcção da Sociedade Portuguesa de Autores, na década de oitenta, e vice-presidente da Assembleia Geral da mesma, de 1989 a 1997. Desenvolveu também intensa actividade política, tendo participado desde 1965 em todas as campanhas eleitorais pela Oposição Democrática e nos II e III Congressos da Oposição Democrática, tendo neste último (1973) dirigido a secção «Desenvolvimento Regional» e apresentado a comunicação A Crise Agrária ou a Contra Prova de Uma Política. Depois do 25 de Abril de 1974 foi o primeiro presidente da Comissão Administrativa da Câmara de S. Pedro do Sul e, posteriormente, foi candidato do MDP/CDE à Assembleia Constituinte pelo distrito da Guarda e várias vezes candidato da FEPU/APU/CDU à Assembleia da República pelo distrito de Viseu, mas nunca eleito. Tem sido eleito várias vezes para a Assembleia Municipal de São Pedro do Sul. Pela persistência e regularidade de publicação das suas peças, é hoje uma referência obrigatória quando se fala de um moderno teatro em Portugal. Tem inéditas várias peças e um ensaio historiográfico, História do Cénico: Ou 25 Anos de Um País através de Uma Associação de Cultura e Recreio, escrito em 1996 e que aguarda publicação. Em 1997 foi homenageado como Autor do Ano, pelo 7º. Ciclo de Teatro de Autores Portugueses (CITAP/Amadora), e por toda a sua obra, pela revista Anim' Arte, de Viseu. Em 1998 foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural, pelo Ministro da Cultura, recebeu o Diploma e a Medalha de Instrução e Arte da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio, e foi-lhe atribuído o Prémio de Carreira de 1998, pela Sociedade Portuguesa de Autores.