Sylvia Plath

Sylvia Plath

Sylvia Plath foi uma poetisa, romancista e contista norte-americana. Reconhecida principalmente por sua obra poética, Sylvia Plath escreveu também um romance semi-autobiográfico, "A Redoma de Vidro", ...

1932-10-27 Jamaica Plain, Boston, Massachusetts, EUA
1963-02-11 Londres, Reino Unido
11959
6
11


Alguns Poemas

Febre, 40°

Pura? Como assim?
As línguas do inferno
São sujas, sujas como as três

Línguas do sujo e gordo Cérbero
Que arfa ao portão. Incapaz
De lamber e limpar

O membro em febre, o pecado, o pecado.
A chama chora.
O cheiro inconfundível

De um toco de vela!
Amor, amor, a fumaça escapa de mim
Como a écharpe de Isadora, e temo

Que uma das pontas ancore-se na roda.
Uma fumaça amarela e lenta assim
faz de si seu elemento. Não vai subir,

Mas envolver o globo
Sufocando o velho e o oprimido,
O frágil

Bebê em seu berço,
Orquídea pálida
Suspensa em seu jardim suspenso no ar,

Leopardo diabólico!
A radiação o embarque
E o mata em uma hora.

Engordurando os corpos dos adúlteros
Como as cinzas de Hiroshima que os devora.
O pecado. O pecado.

Meu bem, passei a noite
Me virando, indo e vindo, indo e vindo,
Os lençóis me oprimindo como o beijo de um devasso.

Três dias. Três noites.
Limonada, canja
Aguarda, água me deixe enjoada.

Sou pura demais pra você ou pra qualquer um.
Seu corpo
Me ofende como o mundo ofende Deus. Sou uma lanterna –

Minha cabeça uma lua
De papel japonês, minha pele folheada a ouro
Infinitamente delicada e infinitamente cara.

Meu calor não te assusta. Nem minha luz.
Sou uma camélia imensa
Que oscila e jorra e brilha, gozo a gozo.

Acho que estou chegando,
Acho que posso levantar –
Contas de metal ardente voam, e eu, amor, eu

Sou uma virgem pura
De acetileno
Cercada de rosas,

De beijos, de querubins,
Ou do que sejam essas coisas róseas.
Não você, nem ele,

Não ele, nem ele
(Eu me dissolvo toda, anágua de puta velha) –
Ao Paraíso.

Lady Lazarus

Lady Lazarus

I have done it again.

One year in every ten

I manage it

A sort of walking miracle, my skin

Bright as a Nazi lampshade,

My right foot

A paperweight,

My featureless, fine

Jew linen.

Peel off the napkin

O my enemy.

Do I terrify?

The nose, the eye pits, the full set of teeth?

The sour breath

Will vanish in a day.

Soon, soon the flesh

The grave cave ate will be

At home on me

And I a smiling woman.

I am only thirty.

And like the cat I have nine times to die.

This is Number Three.

What a trash

To annihilate each decade.

What a million filaments.

The Peanut-crunching crowd

Shoves in to see

Them unwrap me hand in foot

The big strip tease.

Gentleman , ladies

These are my hands

My knees.

I may be skin and bone,

Nevertheless, I am the same, identical woman.

The first time it happened I was ten.

It was an accident.

The second time I meant

To last it out and not come back at all.

I rocked shut

As a seashell.

They had to call and call

And pick the worms off me like sticky pearls.

Dying

Is an art, like everything else.

I do it exceptionally well.

I do it so it feels like hell.

I do it so it feels real.

I guess you could say Ive a call.

Its easy enough to do it in a cell.

Its easy enough to do it and stay put.

Its the theatrical

Comeback in broad day

To the same place, the same face, the same brute

Amused shout:

A miracle!

That knocks me out.

There is a charge

For the eyeing my scars, there is a charge

For the hearing of my heart

It really goes.

And there is a charge, a very large charge

For a word or a touch

Or a bit of blood

Or a piece of my hair on my clothes.

So, so, Herr Doktor.

So, Herr Enemy.

I am your opus,

I am your valuable,

The pure gold baby

That melts to a shriek.

I turn and burn.

Do not think I underestimate your great concern.

Ash, ash

You poke and stir.

Flesh, bone, there is nothing there

A cake of soap,

A wedding ring,

A gold filling.

Herr God, Herr Lucifer

Beware

Beware.

Out of the ash

I rise with my red hair

And I eat men like air.

Lesbos

Safadeza na cozinha!
As batatas sibilam.
Isso é Hollywood, sem janelas,
A luz fluorescente oscila como uma enxaqueca terrível.
Nas portas, tiras de papel -
Cortinas de teatro, o cabelo crespo da viúva.
E eu, Amor, sou uma mentirosa patológica,
E minha filha - olhe só pra ela, de cara no assoalho,
Fantoche sem cordas, tremendo até sumir -
Como é esquizofrênica,
Sua cara corada e pálida, em pânico:
Você botou os gatos dela pra fora da janela
Numa caixa com areia
Onde podem vomitar e cagar e miar sem que ela possa ouvir.
Você diz que não suporta mais,
A putinha.
Você queimou suas válvulas como um rádio velho
Limpo de vozes e história, o ruído novo
Da estática.
Você diz que eu afogaria os gatinhos. Que fedor!
Você diz que eu afogaria minha filha.
Ela vai cortar a garganta aos dez se não pirar aos dois.
O sorriso do bebê, lesma obesa,
Nos losangos lustrados de linóleo laranja.
Você podia comê-lo. É um menino.
Você diz que seu marido não é bom pra você.
Sua mãe judia vigia seu sexo como jóia.
Você tem um bebê, eu tenho dois.
Eu bem podia me sentar numa rocha e me pentear.
Podia usar colã de tigresa e ter um affair.
A gente bem que podia se ver na outra vida, se ver no ar,
Só eu e você.

Porém há um cheiro de banha e cocô de bebê.
Estou dopada e enjoada depois do último sonífero.
Fumaça de cozinha, fumaça infernal
Nos sobrevoa, rivais venenosas,
Nossos ossos, nossos pêlos.
Te xingo de Órfã, órfã. Você esta doente.

O sol te dá úlcera, o vento, tuberculose.
Um dia você foi bonita.
Em Nova York, em Hollywood, os homens te diziam: "Acabou?
Gata, você é demais!".
Você servia, servia, servia pro papel.
E o marido brocha sai pra tomar um café.
Tento segurá-lo, não saio,
Relâmpago para um velho pára-raio,
Os banhos ácidos, um céu inteiro cheio de você.
Ele despenca da colina de plástico.
Trem desgovernado. Faíscas azuis se espalham,
Trincando como quartzo em milhões de pedacinhos.

O jóia! Ó valiosa!
Naquela noite a lua
Arrastou seu saco de sangue, animal
Doente
Por sobre as luzes do cais.
Então voltava ao crescente,
Dura, branca e ausente.
Na areia o brilho das escamas me matava de medo.
A gente as apanhava aos montes, curtindo,
Modelando-as como massa, um corpo mulato,
Grãos de seda.
Um cachorro pegou seu marido cachorro. E se mandou.

Agora estou quieta, ódio
Até o pescoço,
Grosso, grosso
Não falo nisso.
Empacoto batatas como roupas finas,
Empacoto os bebês,
Empacoto os gatos doentes.
Oh, ampola de ácido,
É de amor que você esta cheia. Você sabe quem você odeia.
Ele ruge e arrasta as correntes pelo portão
Que se abre pro mar
Onde ele invade, preto e branco,
E o vomita de volta.
Você o enche com seus papos profundos, como um jarro.
Você está um trapo.

Sua voz, meu brinco,
Voa e suga, morcego que ama sangue.
Isso é isso. Aquilo é aquilo.
Você escuta atrás da porta,
Bruxa triste. "Toda mulher é uma puta.
Não consigo dialogar."

Vejo seu fino décor
Te fechando como o punho de um bebê
Ou uma anêmona, esse mar.
Meu bem, cleptomaníaco.
Ainda estou crua.
Quem sabe um dia eu vou voltar.
Você sabe pra que servem as mentiras

Nem no seu paraíso Zen a gente vai se cruzar.



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