Aqui o livro abriu-se
à claridade da água
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Para o cimo plano lâmpadas incertas navegam
folhas e lábios reúnem-se
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Livres onde a respiração é o movimento
a tranquila exaltação
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As palavras onduladas indivisíveis múltiplas
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Antes de começar e só quando começa
a circulação da luz
de um sol azul claro
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Terra mais viva aérea terra amiga
sem segredos e obscura e viva
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Sem movimento a boca exalta
o suspiro que alimenta e dilata
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Com os lábios do fogo
com os lábios da água
subimos à torre da lucidez do silêncio
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O cimo é azul como o sol do princípio
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Nenhum apelo no silêncio das árvores
Quietude plena quase um frémito uma asa
A terra é uma frase completa e contínua
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Subimos descemos pela escada esculpida
Em cada janela a terra tem um rosto igual
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Nenhum segredo nenhuma voz O cimo é a delícia
de uma pura igualdade e permanência suave
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Habitar a terra é ser o olhar e a luz
Não se diz o sim nem sequer se segreda
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Um mais aéreo e íntimo movimento
Amplitude calma liberdade
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Todo o olhar é uma confirmação do lugar e do ser
Força permanência suavidade
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A quase totalidade do esplendor do ser
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Uma festa mais extrema luz mais luminosa
Domínio do ar do espaço e do lugar