CHACAIS E HIENAS
a história sempre termina assim
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
para devorar sua carne – até o osso
os chacais – e também as hienas
saciam a fome atávica de séculos
e mostram os dentes pontiagudos
mostram os dentes pontiagudos
fiapos de carne entre os caninos
e riem seu riso de escárnios e ganância
e o riso de escárnio e ganância
é ouvido em toda a pradaria
toda a savana toda a cidade
as ovelhas balem nos currais os lobos
uivam nos cerrados as águias
apuram a visão no alto das árvores
o cheiro de carniça persiste por dias
vermes fermentam os restos de carne
e o couro do leão ferido se degrada
o vento crepita nos galhos secos
um silêncio – que não é paz nem trégua
se espalha pela pradaria savana cidade
a chuva não vem o sol é inclemente
a fome o escárnio a ganância persistem
e a história recomeça de novo e de novo
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
os chacais – e também as hienas
saltam sobre o leão ferido
para devorar sua carne – até o osso
os chacais – e também as hienas
saciam a fome atávica de séculos
e mostram os dentes pontiagudos
mostram os dentes pontiagudos
fiapos de carne entre os caninos
e riem seu riso de escárnios e ganância
e o riso de escárnio e ganância
é ouvido em toda a pradaria
toda a savana toda a cidade
as ovelhas balem nos currais os lobos
uivam nos cerrados as águias
apuram a visão no alto das árvores
o cheiro de carniça persiste por dias
vermes fermentam os restos de carne
e o couro do leão ferido se degrada
o vento crepita nos galhos secos
um silêncio – que não é paz nem trégua
se espalha pela pradaria savana cidade
a chuva não vem o sol é inclemente
a fome o escárnio a ganância persistem
e a história recomeça de novo e de novo
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