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Poeta, contista, tradutor, de seu nome completo José Mateus Vieira da Graça, foi com três anos de idade para Angola e fez os estudos liceais em Luanda, cidade onde seguiu a carreira comercial, tendo chegado a gerente de uma empresa. Preso em 1961 por alegadas ligações ao MPLA, foi em 1963 desterrado para o Tarrafal, Cabo Verde, donde voltou a Lisboa apenas em 1972 para aqui viver em regime de liberdade condicional e de residência fixa, regressando a Angola em 1975. Durante a sua estada em Portugal trabalhou numa editora e exerceu actividade como tradutor. A sua estreia literária foi feita na revista Mensagem, da Casa dos Estudantes do Império de Lisboa, em 1950, tendo colaborado nesta revista em anos posteriores (1961-1963) e ainda em O Estudante (Luanda, 1952), Cultura (Luanda, 1957), Boletim Cultural do Huambo (Nova Lisboa, 1958), Jornal de Angola (Luanda, 1961-1963), Jornal do Congo (Carmona, 1962), Vértice (Coimbra, 1973) e Jornal de Luanda (1973 - ), entre outros. Já com vários prémios literários – Sociedade Cultural de Angola (1961), Casa dos Estudantes do Império de Lisboa (1961), Associação dos Naturais de Angola (1963) e «Prémio Mota Veiga» (1963) – foi-lhe atribuído em 1965 o «Grande Prémio de Novelística» da Sociedade Portuguesa de Autores pelo seu livro Luuanda, facto que levou à destruição e posterior ilegalização daquela Sociedade. Poeta e, em especial, contista, não é despicienda a sua actividade de tradutor. Em 1973, durante a residência fixa que cumpriu em Lisboa, traduziu o livro de Anthony Burgess A Clockwork Orange (Laranja Mecânica), trabalho que evidencia extraordinárias qualidades de logoteta que tão salientes são nas suas estórias de ambiente suburbano angolano e até também nalguns dos seus poemas. Usou os nomes Luandino Vieira, José Graça e José Muimbu.
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