Alguns Poemas

Sonetos Noturnos

- III -

Outono lento em claras ventanias
prepara estas paisagens para a chuva,
de um silêncio aromal os foscos dias
- e deixamos o olhar, o mosto e a uva

madurarem seu claro vinho ameno,
o que preserve o fogo em sua lareira,
fetiche das luzernas no sereno,
o amor, do precipício à curta beira.

Os beirais das aldeias se anunciam
sem os murmúreos cantos do verão
e o seu vizinho inverno propiciam

- enche a espera de sombras o salão;
tão brando este calor se faz em mim
(leve perpassa o aroma em seu jardim).

- V -

Vertem seus suores líquidas lembranças
malvas, violetas de variáveis cores
sobre o tanque, peixes, limo e os rigores
da imutável água no seu ar de estrelas:

cabisbaixos olhos contam suas perdas.
Na alameda em frutos o acre persistente
e o medo de erguê-la viva sobre as quedas
onde brilha um sol noturno suavemente;

líquidas lembranças, tanque, violetas,
malvas em escamas nadam sobre o limo,
e era uma menina e a caça às borboletas,

e era uma paisagem e eram seus rumores,
já perdidos tempos, já desfeitas tranças,
vertem violetas vívidos suores.

- VII -

Esse arfar negro denso e misterioso
das janelas abertas para dentro,
onde o ar seco estala e se incendeia
na poeira dos úmidos incensos,

é um ar negro e de pálidas lembranças
que de interiores faz a sombra escura,
que sequer lá de fora se imagina,
ser, e que por ser dentro se inaugura

em sombria, opalíssima tristeza
e que sequer lá fora se imagina,
pensa-se que é de noite, e é de dia

e pensa-se que é triste o triste ser
olhando lá de dentro o claro escuro
- e se existe é por sombra e por não-ser.

Sonetos do Imperfeito

- I -

Nuns altos patamares me encontrava
a contemplar por prados florescentes
perfeito Amor, que embaixo lá brincava,
num vau de rio e sol, ambos candentes;

e enquanto a face em mãos eu descansava,
e desejando não me olhasse Amor,
num riso cristalino me chamando
ele atravessa em mim seu dardo em flor.

Florida estou então, e repartida
em duas que se alongam, distanciam:
uma nos patamares pensa e escreve,

outra, suave ardor se vê, e dá
o amor de Amor em prados tão solares,
partida em riso cristalino e breve.

- III -

Viver assim me acalma e aterroriza:
uma se faz silêncio, a outra grita,
uma se erguendo a outra tomba morta,
uma está salva, a outra enferma viva.

E duas almas Amor faz e eterniza;
enquanto uma nos altos patamares
estuda, lê, trabalha e já agoniza,
outra, louca e serena em seus cantares,

greco-romana em dias preteridos,
sobre as sebes gramadas dos sentidos
reparte a paz em ti, para aprenderes:

a vida é curta espera para a morte,
os sentidos são fontes dos prazeres
- tempo é o Amor, que ri e arromba a sorte.

- IV -

Não sei de mim o que será eterno
depois que Amor deixar seu reino claro
e a outros indo me fizer inverno,
este que faz de flores gelo amaro.

Uma se vai e a outra já retorna,
almas que têm em mim o seu alento;
meu reinado, de paz em guerra, as torna
irmãs gêmeas em mútuo desalento.

E quando (eu já sozinha) tu tiveres
comigo, Amor, só o laço da lembrança,
e onde em longos encontros estiveres,

lembra também que um dia me floriste
- e o que fizeste um dia em tua cobrança
paga os juros na morte que assistires.

Tempeste Solari Trailer
II WORKSHOP DE ESTUDOS REMOTOS EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS - Conferência
Rosalba
perdonami se ti scrivo soltanto adesso ma dal 1984 io non ho avuto tempo per impegni sociali e ne avevo pochissimo anche per gli editori (Ila Palma). Comunque Sampajo e tu con la traduzione delle mie otto poesie mi avete incoraggiato molto; dopo quel libro ho pubblicato una raccolta intitolata ritmi e assonanze (sempre Ila-Palma)da cui ho tratto poi le liriche per altre raccolte come Proviamo a tradurre (in spagnolo), libro d'artista, Poesie multilingue edito da ALIPENNADAUTORE,Torino, scritto con la collaborazione di amici traduttori libro d'artista ed. Signorini con l'immagine di un'opera della pittrice Zamponi e infine un libro particolare che ti vorrei inviare se mi mandi il tuo indirizzo. Sulle prime due raccolte ho ricevuto tanti consensi e se ti riscrivo ti mando qualcosa. Ho letto un poco anche di te e spero che tu voglia ancora leggere altro di me. Qui è passata da poco la mezzanotte e devo andare a letto. Con amabili ricordi Rosalba Anzalone
28/novembro/2017

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