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Mário Donizete Massari

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Alguns Poemas

Nada a dizer

O que dizer das mãos,
se os dedos inágeis
já não tecem paixões

O que dizer dos
braços
se foi num abraço
que te perdi

Restará talvez
o que dizer de nós
do que tentamos ser

Vã tentativa,
diluída
na expectativa
de se conhecer

Poesia louca

A ave voa
e pousa
sobre o ovo

e o povo?

o povo é o ovo.

És poeta,
pois se rimas?

Não. Sou uma rosa ferida
um sonho desfeito
um dia de fadiga,

e olho o povo
e sua vida.

Canto de um povo

Ontem chorei
lágrimas?
Não. Já não as derramo.

Ontem cantei
e até uma rosa plantei
(poeta que sou)
não floresceu.

Eu tinha em mente
uma canção
que apesar de
não ser algo novo,
falasse do povo.

A canção seria a mesma,
mas o cantor
seria o próprio povo.

Mas as portas fecharam
os lábios calaram
e eu fiquei só
com a canção e
a minha dor.

Eu vi a multidão
Eu vi o amor
diluído em dor.

E a canção
que pensei
calou-se em meu peito
em forma de pranto.

Dimensão das horas

Dimensão das horas
nos caminhos do homem

fogo nas retinas
paixões, fadiga . . .

"a vida tragada e
consumida em
memoráveis porres
de melancolia . . ."

cinzas na avenida
e o homem caminha

Flutua no ar
qual bêbado no seu
mundo
por que não dizer lindo,
pois qualquer mundo é lindo
quando se é livre e
não lhe cobram por isso.

E a vida se molda
na dimensão das horas
vadias . . .

Ópera do Operário

A ópera
do operário
é um grito sem fim.

É um grito de paz
a ópera do
operário
que é poeta.

Poeta
que rima
a dor à agonia
seu salário à família.

Operário
poeta maior
de todos os dias.

Poeta da vida

O natal de Raimundo

Raimundo ganhou
presente de Natal

Um incrível carro de bois
movido a pilhas

Leva a boiada Raimundo
Raimundo leva a boiada
E assim ele se diverte
num feliz faz de contas
empurrando um pedaço de madeira
na favela de São Leopoldo

Medicina

O DOUTOR

R eceitou
A spirina, para
C urar
I nácio de
S eus
M ales que
O uso dizer

É A FORMA MAIS MEDÍOCRE
DE DISCRIMINAR O AMOR.

Longa noite curta

O apito de um guarda noturno
O barulho de um cão que ladra à[distância
Um bêbado dizendo asneiras

O grilo entoa seu canto
A coruja desfaz seu encanto
O motor de um carro passando

O vagalume clareia o espaço
A borboleta pousa na flor
Os homens fazem amor

Nessa longa noite curta
Meu pensamento é você

Canto à poesia

Se isto que eu canto agora
fosse alegria,
eu não cantaria.

Pois esta minha canção
é minha tristeza
em forma de poesia.

Pungiu-me a solidão
na minha vida vazia.
Encheu-se o campo de flores,
orquídeas
e braços que já não abrem
para colhê-las.

Triste vida vazia . . .

As meninas

ANA MARIA É BELA
ANASTÁCIA É SERENA;
são frutos da mesma terra

ANA MARIA NÃO PENSA
ANASTÁCIA SONHA SEMPRE.
Serena calma de poeta

Anastácia possui
uma alma bela,
Ana Maria
só é bela.

Ambos são belas
e fruto da mesma terra

Espelho
HIGHWAY
O AMOR QUANDO CHEGA
AMIZADE
VIBE BOA
RIBANCEIRAS
O VENTO SEMPRE ESTÁ COM A RAZÃO
PREPOSTO
REVOADA
REMANSO
O vento sempre está com a razão (Projeto: Muito além da noite!)
ELO
MALABARES
Marco temporal
As faces do bem
Beija flor (Projeto: Músicas para alegrar crianças e acordar adultos)
CHICO MENDES
Projeto: Músicas para embalar crianças e acordar adultos (O menino poeta)
VAI SOBRAR NO NOSSO! - POLIS PODCAST - 16/05/2022 #171
Show do pedro augusto da tupi

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