Miklós Radnóti
Miklós Radnóti foi um poeta húngaro de família judia, de língua magiar assassinado durante a II Guerra Mundial e considerado por Thomas Ország-Land, poeta judeu sobrevivente do chamado Holocausto como “provavelmente o maior entre os escritores maduros do período a testemunhar e registrar o Holocausto” teoria reforçada por apontamentos do professor da USP Aleksandar Jovanovic.
1909-05-05 Budapeste
1944-11-09 Abda (Hungría)
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
Miklós Radnóti nasceu em Budapeste, a 5 de maio de 1909, no seio de uma família judia. Estreou com o livro Pogány köszönto (Cumprimento pagão), em 1930. A este seguiram-se Újmódi pásztorok éneke (Canto pastoril moderno, 1931), Lábadozó szél (Vento convalescente, 1933), Újhold (Lua nova, 1935), Járkálj csak, halálraítélt! (Avante, condenados!, 1936), Meredek út (Estrada íngreme, 1938) e Naptár (Calendário, 1942). Traduziu para o húngaro poemas de Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé, Paul Éluard, Guillaume Apollinaire e Blaise Cendrars. Críticos reconhecem em seu trabalho um equilíbrio entre a influência das vanguardas e uma dicção clássica.
Com a ocupação nazista da Hungria, passa a ter dificuldades para publicar e trabalhar, e, em 1944, é enviado ao campo de concentração de Bor. Ali segue escrevendo, podendo enviar alguns dos textos a sua esposa, mais tarde publicados no volume Bori notesz (Notas de Bor). Com o avanço das tropas de Tito, milhares de prisioneiros judeus são forçados às chamadas Marchas da Morte, através da Hungria até a fronteira com a Áustria. Segundo testemunhas, no início de novembro de 1944, o poeta foi espancado por um soldado bêbado. Debilitado pela marcha, gravemente ferido e incapaz de continuar, foi executado e enterrado numa vala comum. O poeta tinha 35 anos. Em 1946, quando a vala foi encontrada e os corpos exumados, seus últimos poemas foram achados num pequeno caderno, no bolso de seu casaco. O último deles era dedicado a seu amigo, o violinista Miklós Lorsi, executado alguns dias antes durante a mesma marcha. Estes últimos textos seriam publicados no volume Tajtékos ég (Céu espumante), em 1946. Abaixo, uma tradução de Nelson Ascher, do poema que dá título a sua última obra. Que Miklos Radnóti pudesse criar texto de tamanha beleza e lucidez em meio a tais condições é testemunho de algo a que não saberia dar nome.
--- Ricardo Domeneck