luizafernandes

Ateei fogo em meus sonhos para vê-los brilhas, mas só me restaram cinzas
Eu já deveria estar acostumada com o peso da derrota por sobre meus ombros
Mas ainda mantenho laços com a decepção
Ela apenas se esconde, mas está lá...
A dor vícia, achei que havia aprendido a lição
É como o aconchego da noite e de sua escuridão, acalma, liberta
Mas cada vez mais lhe prende em seu interior
Até você se perder e sua mente cansada enfim desistir de encontrar a saída
Aprendendo a esconde-la por sobre meus escuros olhos cansados
Está lá, sempre esteve
Ponha a culpa sobre mim e cuspa suas boas ações e opiniões
Ninguém se importa com o que não lhe diz respeito, não de verdade...
O interesse flui de você como cascatas invisíveis
Dizendo-me que pode cobrar menos de mim por seus servícos de ouvinte
Psicoterapia e calmantes
Como se fossem a resposta para meus problemas
Tudo sempre ficará bem por seus cálculos
Mas no final, a tristeza me recebe de braços abertos
Ah... minha doce velha amiga 
É a única que se mantém comigo até o final
E sem esperar nada em troca.

Pense como a maioria
Viva como eles
Sua mente uma cópia falsificada
Some-se e iguale-se
Entre no padrão
E lhe dirão que você é desprovido de personalidade
Mude e se torne único
E lhe chamarão de rebelde e mal-criado
Falarão como se fossem criaturas perfeitas
Mas todos sabem que temem a morte
E a sua caixa sem oxigênio que a esperam
A cada ansioso segundo.

Ah queridos amores perdidos
Pedaços de sentimentos que não mais me pertencem
Meu cérebro me engana
Me faz me sentir como se eu precisasse de um novo
Me faz esquecer de minhas angústias
Fingirei não me recordar de minhas lágrimas no travesseiro
Não mais existem
Mas deixaram rastros
São como ácido em meu peito
O usarei a meu favor sobre você
Aprendendo a amar a dor
Querendo possuir uma nova preocupação
E quando finalmente a tenho
Uso o veneno de minhas palavras para lhe afastar
Até não sobrar mais ninguém em meu peito novamente
E novas lágrimas em meus olhos
Toda madrugada.

Me questiono sobre verdadeiro amor
E seu significado
Dizem que é aquilo que você deseja o tempo todo
Que não sai de sua mente
E então penso comigo mesmo
sendo assim, meu verdadeiro amor é a morte
Me apaixonei por ela
Não sai de meus pensamentos
Ocupou todo o espaço 
Não á lugar para mais nada
obcecada cada vez que algo dá errado
sempre procuro aconchego no inivitavel
Quando me sinto extremamente mal
Indiferente
Ou a cada bom momento vivido
No final ela é quem está em meus pensamentos.

Construí meu muro
Comprei minhas máscaras
Carregarei o peso de quem sou sozinha
Todo dia visto minha falsa compaixão
E a inocente alegria
Me concedi atriz de minha vida
Meus roteiros são imprevísiveis
Mas aprendi a improvisar
Aprenda a se acostumar com o caos
Antes dele lhe destruir.

Uma salvação ou solução?
Todo ser humano necessita dela
Mas
Inacabados e perdidos
Raça dúvidosa e mentirosa
Alguns procuram perdão de um ser ínvisivel
Enquanto maltratam os de real existência
E pensam
Que pessoas são cruéis
Quando em si ela florece
Precisamos do perdão do próximo
Mas nunca daremos o nosso
Nossa carne vira pó
Viramos parte de um grande nada
Minha dor flutua livremente 
Nunca fui nada
Nada nunca me pertenceu
Finalmente some o vazio de meu peito.

Sem saída, tristezas me corroem
São como bolas de chumbo
Pesam tanto que não consigo segurar mais nada
Pesam mais a cada dia
Não consigo me desvencilar delas
Estão grudadas em minha carne
Presas em meus sentidos
Quando não conseguir mais suportar o peso
Cairei no chão e tentarei levantar
Em vão rastejarei
Jamais conseguirei soltar
Somos marionetes de nosso próprio cérebro
e quem nos controla são nossos sentimentos.

Ah minha doce antiga tristeza
Lembro-me do necessário
Como se fosse momentos de outra pessoa
De uma vida que já não mais me pertece
O passado rasteja silencioso
Sempre á espreita
Me recordo de minhas melancolias
E penso comigo mesma
Por que problemas que pareciam tão grandes
Minha mente agora torna-os minúsculos?
Minha tristeza voa livremente
A qualquer momento tombarei com ela
Minha mais fiel amiga e confidente.

Aprendi a encontrar conforto na dor
O descanso de meu coração
A paz que me irradia 
O mundo nunca foi um paraíso
Por que nunca houve algo para se assemelhar-se 
A tristeza sempre veio como um brinde da felicidade
Nada se criou sem a dor do outro
Nada se transformou
Nunca houve mudança
Sem antes ferir alguém
Apanhalamos nossas costas sem perceber
Nunca nos damos conta do estrago de nossas ações sobre nós mesmos
Até estarmos nos rastejando
Pedindo perdão a si mesmo
Sabendo que continuará
Com modos estúpidos e estilo ruim de vida
Até encontrarmos uma forma mais fácil de relaxamento
Duradouramente nos infiltramos
E ainda em meio ao caos 
Nos encontramos
No conforto da dor.