Quisera

Quisera eu fazer abrigo das angústias que preambulam os pensamentos. No patamar das dores invencíveis à vida. Dos tempos remotos de uma distância infinita. Gracejo da morte.

Pudera eu sorrir nas consternações intermináveis. O sonho desiludido perdido no ventre. Nas vicissitudes das buscas internamente perenes. Sangue arquejado.

Quisera no olhar sombrio, escarnar a lágrima  do refúgio inerte. Nos braços que embalam o nada preso no peito. Do que não desprende e guarda os anseios.

Pudera ao chorar, rezar em silêncio. Nas mãos trêmulas, onde os dedos se aninham. No sofrimento incessante maior que o domínio. Na felicidade triste de um reencontro, que se enclausura n'alma.
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