Thaís Fontenele
Escrevo poesia, porque de nada o mundo tá cheio e eu apenas ressignifico os nadas.
Parnaíba, Piauí
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O olhar para o eu
I.
Vejo beleza em quase tudo,
nas minhas mãos,
essas que alcançam quase tudo.
Ando carregando o mundo nas mãos,
vejo beleza no meu ouvir,
esse que ouve quase tudo.
Sou existência crua e viril,
como não ser tanto e quase tudo,
escrevo sobre uma laranja comida ao pé da mesa,
como não sentir tanto
num mundo de tão pouco sentido
e raro tato satisfeito,
os olhares traçados em trilhas de lugares.
II.
Meus gestos são como dedilhados amargos na sua boca
seu jeito abismado com meu abstrato
estou nua, verde trevo é a cor do meu lado invisível,
indefinível para ti.
III.
Sou semente jogada em campo minado,
Sou a razão entre esses toques espessos,
Sinto-me como a árvore mais alta do mundo,
Guardando todos os restos de esperança,
Aguardando milênios a dentro,
Espalhando o brotar da purificação.
IV.
Quanto mais sujo e esperançoso se é,
mais instigante se torna a amarra delgada do estranho e do perfeito ser.
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