Chorão

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Estudante de medicina e amante do conhecimento.

1998-02-20 Caetité
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Soneto de um quase ateu

Imbuído nas águas profundas e dubiosas da clareza,
Com os cardimiócitos fadigados pela inconstância da existência,
Minha fidúcia pela crédula transcendência
Se esvaiu diante da realidade lancinante da natureza.

Natureza na qual tudo destrói e tudo cultiva,
Apresenta-se indiferente ate ao mais afável sujeito
Como admitir a onipresença de um ser benevolente e perfeito?
Se o infortúnio é a causa mais expressante de sua devolutiva?

A clemente carne nume, assim, mostra-se apenas na abastância,
E todos aqueles que creem ou não na divina pragnância,
Estarão submetidos aos absurdos dos acasos da vida.

Libertei-me, portanto, da mendacidade religiosa,
Que, desde os primórdios, esfola
Os espíritos livres desta terra faminta.
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