

AurelioAquino
Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.
1952-01-29 Parahyba
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À guisa de prólogo e admoestações acerca da gesta humana e sua cristalina história
dar-se-á como infanta
a vida que se leva
ao início de uma gesta
que a todos encerra
assim como um conto
que se esqueceu na memória
de todos os contrapontos
à contraluz da história
dar-se-á como querência
a mínima contrafação
de quem se isenta em medo
dos gostos da multidão
é que o amor é trejeito
de tudo que a vida faz
é assim como um respeito
àquilo que a gente traz
dar-se-á como enredo
que a nuvem nem dizia
é que sobrava do tempo
dos ventos que trazia
o alvoroço exato de cada dia
as horas nem se contavam
nos minutos que seguia
aos homens apenas restava
viver sua agonia
dar-se-á como bruta
a rosa infante da vida
que teima em ser desregrada
apesar de tão contida
pois que pulula no peito
como uma rosa amarga
que finge ser de sorrisos
o drama que arremata
e o tempero da vida
era um tricô complicado
o tempo fazia fila
com espaços desgarrados
como se fosse um futuro
a inventar um passado
é que jogada no tempo
no descampado do mundo
sua lógica é o enredo
de um teatro profundo
que joga a cena da vida
que se aninha nas calçadas
como se a alma do homem
fosse um pedaço do nada
é que caminho avulso
aparentemente à vontade
a vida teima em ficar
ancorada pelas tardes
em que os dias dos homens
apesar das verdades
espancam a eficácia
de quem vive a liberdade
e, assim, presa ao espaço
de um universo caduco
joga-se pelos peitos
como se fosse um discurso
em que as palavras são verbos
do mais estranho uso
servem apenas ao teatro
dos paradigmas do lucro.
a vida que se leva
ao início de uma gesta
que a todos encerra
assim como um conto
que se esqueceu na memória
de todos os contrapontos
à contraluz da história
dar-se-á como querência
a mínima contrafação
de quem se isenta em medo
dos gostos da multidão
é que o amor é trejeito
de tudo que a vida faz
é assim como um respeito
àquilo que a gente traz
dar-se-á como enredo
que a nuvem nem dizia
é que sobrava do tempo
dos ventos que trazia
o alvoroço exato de cada dia
as horas nem se contavam
nos minutos que seguia
aos homens apenas restava
viver sua agonia
dar-se-á como bruta
a rosa infante da vida
que teima em ser desregrada
apesar de tão contida
pois que pulula no peito
como uma rosa amarga
que finge ser de sorrisos
o drama que arremata
e o tempero da vida
era um tricô complicado
o tempo fazia fila
com espaços desgarrados
como se fosse um futuro
a inventar um passado
é que jogada no tempo
no descampado do mundo
sua lógica é o enredo
de um teatro profundo
que joga a cena da vida
que se aninha nas calçadas
como se a alma do homem
fosse um pedaço do nada
é que caminho avulso
aparentemente à vontade
a vida teima em ficar
ancorada pelas tardes
em que os dias dos homens
apesar das verdades
espancam a eficácia
de quem vive a liberdade
e, assim, presa ao espaço
de um universo caduco
joga-se pelos peitos
como se fosse um discurso
em que as palavras são verbos
do mais estranho uso
servem apenas ao teatro
dos paradigmas do lucro.
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