AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Da democracia e dos enredos

a cada cidadão
dê-se a condição
de parecer-se fato
da razão

e que semeie olhos
pelas paisagens

na exata proporção
de quem se cabe
 
a cada cidadão

dê-se a contradição

de inventar-se imberbe
mesmo não

e que avance na cidade
à contraluz

nos bailarinos passos
que conduz
 
a cada cidadão
dê-se a parcimônia

de consumir os futuros

em que sonha

e que não teça seus medos
tão frequentemente

como quem contradiz
o jeito de ser gente
 
a cada cidadão

dê-se a similitude

de um mar ilimitado
mesmo açude

e que então se mobilize
quando assim tão coletivo
deixar de ser um único
apesar dos seus indícios
a cada cidadão

dê-se a complacência

de padecer tenazmente
de consciência

e que debulhe a vida

em cambulhadas
remidos todos os passos
que invente nessa estrada
 
a cada cidadão

dê-se a certidão

de que tramita na vida
tão frequentemente
como a certeza intacta
de quem se permite

a condição de gente.
 
 
 
 
 
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-
aoaguino
Com certeza
18/novembro/2020
-
helderduarte
Este é um cidadão de verdade!
03/outubro/2020

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