AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Dissertação pronominal à liberdade

não vá de hoje a liberdade

como pássara em vão do desatino
construir andaimes pela alma
como se fora posta em desalinho
 
mas é de tê-la assim constante
nessa latência de fato do destino
que nunca se arvora em substância
sem que para tanto flua o raciocínio
 
pois de engenho tal é tanto feita

que pulsa escondida em cada veia

e nunca está à mão quando se apresta
em ser fibra de cada descaminho
 
é preciso pois compreendê-la
na latitude exata da manhã

e resumi-la à fração do peito
adequado à pulso em cada vão
 
que se mais não tem que vê-la

é cometê-la assim impunemente
e consumi-la quase tanta

como se fora quase uma razão
consumida em adrede esperança
 
e é querê-la vasta
quando mínima

e é querê-la justa
quando indigna
 
e é de querê-la aos sábados
quando em terças

e é querê-la manhã

quando adormeça
 
que se mais não tem que havê-la
é esperança-la nas esquinas

e construir-lhe andaime vasto
que lhe caiba em todo desatino
e que se queira assim tão franca

com esse jeito infante de estrada

por onde caminham todos os homens
construindo a infinita madrugada.
 
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