AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Das avenças do tempo em célere movimento

há um tempo
de rever as empreitadas
e consumir como tudo
o que é quase nada

há um tempo
de recrutar a vida
e merecê-la plena
pelas avenidas

e há de haver um tempo
para pentear os cabelos
com o mesmo desfastio
com que os velhos canoeiros
fingem dominar os rios

há um tempo
de sonhar as madrugadas
como um dia inexato
pelas calçadas

e haverá um tempo
de rever os risos
não apenas como músculos
distraídos

e há de haver um tempo
no peito dos homens
em que a paz apenas seja
e adredemente se conforme

e haverá um tempo
a desoras
no mais íntimo grito
de quem chora

há de haver um tempo
que assim não medre
como as dessemelhanças
do que apenas deve
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