a rosa mnemónica
– s.
ponto de referência
em si mesmo indefinido
de um tempo de espanto e incerteza:
poderia mesmo ter explodido?
poderia mesmo ter colorido
as paredes com seu pigmento,
e abraçado a casa toda
no rubor de um só momento?
ou – menos que isso – poderia, ainda,
ter permanecido, simplesmente, em sua jarra triste,
sem mais que um vento , a que se desse,
nem mais que um olhar, a que iludisse?
explosão, ilusão? desdobra-se, rosa, ao sabor
sempre vário da minha incongruência,
que em mim se reparte e ressuscita,
ao que reinvento a tua essência
do xilema ao floema do poema,
as pétalas se desprendem dos segundos,
desintegrando-se diante dos meus olhos,
reconstruindo-se em meus abismos mais profundos
disforme, conforme, pluriforme rosa,
perpétua na dor que carrego sempre comigo;
é e não é, e o que será, já não sei:
a dúvida em meu peito é o seu jardim ambíguo
ponto de referência
em si mesmo indefinido
de um tempo de espanto e incerteza:
poderia mesmo ter explodido?
poderia mesmo ter colorido
as paredes com seu pigmento,
e abraçado a casa toda
no rubor de um só momento?
ou – menos que isso – poderia, ainda,
ter permanecido, simplesmente, em sua jarra triste,
sem mais que um vento , a que se desse,
nem mais que um olhar, a que iludisse?
explosão, ilusão? desdobra-se, rosa, ao sabor
sempre vário da minha incongruência,
que em mim se reparte e ressuscita,
ao que reinvento a tua essência
do xilema ao floema do poema,
as pétalas se desprendem dos segundos,
desintegrando-se diante dos meus olhos,
reconstruindo-se em meus abismos mais profundos
disforme, conforme, pluriforme rosa,
perpétua na dor que carrego sempre comigo;
é e não é, e o que será, já não sei:
a dúvida em meu peito é o seu jardim ambíguo
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