

Celso Ciampi
Mineiro de Juiz de Fora. Poeta, autor do livro "Minhas Faces", escrevo sobre o amor, a vida e de tudo um pouco. Membro convidado da Academia de Letras da Manchester Mineira. Participo do projeto "POESIA NA ESCOLA", fui selecionado para compor a antologia "POESIA BR!", em um concurso nacional.
VIVER ASSIM É CHATO
Tudo tem que estar
Bem arrumadinho
No seu devido lugar.
Cada coisa em seu cantinho.
É preciso rimar
Para a poesia ter valor,
Então, é preciso inventar,
Rimas que são um horror.
Combinar cores,
Harmonizar sabores,
Então, agora escrevo flores,
Essa estrofe causa pavores.
Se me prendo,
Não sou feliz,
Se me solto,
Me fazem infeliz.
Então que vida manca essa,
Me sinto uma marionete
Manipulado pelo desejo
De quem não me conhece.
Cobram de mim tanta coisa,
Mas nunca me pagam nada,
Tenho que opinar sobre o mundo,
Uma verdadeira praga!
Nem em casa tenho sossego,
A mulher chega brava,
Me chama de bagunceiro,
Diz que a casa está revirada.
Outro dia parei meu carro
No sinal vermelho,
Outro motorista veio
E me xingou de nome feio.
Assim como todos
Eu tenho minhas vontades,
Mas delas logo me esqueço,
Pois não posso ter vaidades.
Eu trabalho todo dia,
Mas me chamam de vagabundo,
Dizem que meu trabalho,
É um completo absurdo.
Então tenho que fingir
Ser o que não sou.
Me machuca essa história,
De inventar que vou aonde não vou.
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