SergioBVianna
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Melancolia
A melancolia era como um raio
Um raio azul que me atingiu
Tingiu o mundo do mais terrível azul
Era um oceano onde eu me afogava
Mergulhava tão fundo
Que por vezes não queria retornar
Enxergava do mundo
Como por uma fresta de porta
Aberta, entreaberta
A boca que me dizia coisas
Ininteligíveis
Mas ela se fechava como uma rajada
De um raio tão azul
Que deixava marcas em meu corpo
A eletricidade que trouxe um louco à vida
Poderia ser o que tiraria o de outro louco
Mesmo que um pouco
Mesmo que por pouco
Não estava eu tão louco?
Talvez nunca normal
Não ao ponto de saber a diferença
Pela fresta azul da boca de um oceano
Desembocava o raio que mataria os loucos
Mesmo que afogados em seus raios
Os loucos, perdidos
Pediam por raios
Mas eram azuis
Do azul da solidão
Da melancolia que atraía depressão
A porta que se fechou
Profetizou meu coração
Fechado para o agrado
Apenas louco desvairado
Coração cheio de raios
Que contornavam em veias azuis
Saturadas de dor
A melancolia era uma veia azul inchada
Causava arritmia ao se ver tão linda
Arrebentava em frios raios azuis
A pulsação azul de quem enlouqueceu ao se fechar a porta
Mas eram dos raios que eu tinha medo
O alto ribombar de um coração batendo
A porta que fechava no escuro
Deixando em trevas o azul noturno
Era do azul que eu tinha medo
O raio que cruzaria meu coração
Partiria das veias da decepção
Um último suspiro ininteligível de um louco
O trovão do ribombar de um coração
A porta se abre para um oceano azul
Mas era da melancolia triste
Azulada e inchada
Que deixava escapar
De um último raio azul
Que matava afogado aquele louco
Num oceano de raios azuis
Onde apenas ao fechar da porta
Que se manteria aberta o azul que importa
(Melancolia, 04/11/2023)