SergioBVianna
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Ei-lo Aqui, Pedaço de mim?
Ei-lo aqui, pedaço de mim?
Tu não sabes a distância que percorremos
Pelas veredas a qual passamos
Mas sinto-me velho, como um novelo enrugado
E nem ao menos cruzamos de trinta veranos
Mas sinto em minha alma, que de mil invernos
Me fizeram um velho, todo coberto
Por medos e versos frios como a neve
Todos cultivam de seu próprio inferno
Ao menos neste ano abri o meu para visitação
E nem ao menos sei se teremos companhia
Nesta triste estadia, em que fizemos moradia
O frio trevoso dos invernos passados
Mutilaram as extremidades de meus dedos cansados
Como quem surrupia algo de outrem
Me roubaram da felicidade esquecida
Que agora lamento, com lágrimas ao vento
Sentindo este cheiro?
Nosso corpo apodrece numa cama qualquer
A sepultura aguarda, como o beijo da amada
Dê-me um último selinho, seu pedaço vizinho
E nos separe para sempre, com uma pá de semente
Enquanto uma parte cresce
A outra se esquece
E com um ranger de dentes
Feche a tampa e olhe pra frente
O sol subirá como fogo ardente
E que da esperança
Se faça o brilho da dança
Que tu irás de executar
Enquanto aos poucos
Tudo ao passado ficar
À uma versão melhor de mim
A ti confio mais um de nosso fim
(01/01/2024, Ei-lo aqui, pedaço de mim?)