Claudia Maria de Andrade Loureiro
Humilde, culta, generosa, valente, solidária e plena de ternura na grandeza de sua alma refletida na beleza de sua arte.
VENTO DIVINO
Rasgar a blusa, assim como rasgo o peito
e ir à luta... sangrando, sorrindo, cagando
e andando, pois, que ninguém nos vê como
realmente somos, pois há enganos...
Assim a vida vai rolando, arrastando planos,
levantando as folhas, movendo histórias,
desenhando sonhos e consumindo os anos
que tão bobos desperdiçamos.
E depois de conhecer os irascíveis, meu
intento é buscar um final ditoso, novas
diretrizes sem me importar se vão me
entender e o porquê de sermos tão felizes.
Olhar o horizonte e sair sem rumo, para
o começo ou para o fim do mundo, até
mudar de nome e na porta da rua quebrar
grilhões, romper cadeados, quem sabe
fazer um pacto de sangue.
Como kamikazes nos lançar nos alvos para
implodir os negros caminhos humanos, sermos
as chaves de caminhos fortuitos, no entanto,
de prodigiosos pontos futuros.
Descerrar os véus dos olhos, viver o grandioso
tempo das liberdades da alma, do verdadeiro
cultivo do espírito e em vento divino, abrir as
asas e planar sobre tudo e sobre todos, só eu
e tu, o mar, o céu e a lua!...