kennedy Araújo

kennedy Araújo

Um poeta de beira de rio

1987-01-14 Santarém, Pará, Amazônia
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Rio de estrelas

Instantes de eternidade 

dispersos no vento,

fragmentam-me a tênue noção de identidade, 

meus versos agora

despidos da ironia de outrora,

delineiam sem medo do ridículo

o absurdo de toda esperança. 

No breu da noite 

tudo é revelação.

Então,

meus olhos perplexos de juventude,

de repente, cerram-se em prontidão ao sublime, 

e tudo que até agora há pouco 

era realidade indubitável, 

expressão talvez, 

de sua mera aparição à minha subjetividade, 

converte-se em objeto da mais rudimentar superstição...

O que me resta da noite

é este rio de estrelas,

este silêncio remontado de saudade,

este deslumbre frente à imensidão,

esta vontade incontida viver

para sempre ao lado teu. 

 

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