

Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Albergue dos silêncios

O pranto autenticou
meus desalentos
albergando as saudades
estampadas
nestes versos
semeados na eira do tempo
onde perpetuamos a vida
despertando feliz emancipada
- É a face da tristeza já corroida
no tempo
marchando ao desencontro
dos silêncios deixados à
mercê de uma lágrima
que urge neste reencontro
Os dias vestiram-se de cinza
sufocando meus céus de melancolia
soluçando gotas de chuva
que desabrocham tentadoras
pela folia
- Oiço o tempo bater lá fora
na urgência condimentada
de um adeus caminhando
pelo marasmo dos dias
algemados ao longínquo destino
deixado entre os escombros de um poema
escrito à minha revelia
desembarcando no berço da existência onde
me eclipso pra sempre tão clandestino
Frederico de Castro
Escritas.org