Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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Loucura




Desespero ansioso,
Desânimo sepulcral,
Espectro num abismo,
De olhar fixo e vazio,
De coração selado,
Quebrado.

Alma arreada fugida,
Os gritos de terror,
Contínuos e lancinantes,
Ecoam em arrepios,
Alma presa na masmorra,
Da vã intolerância.

Os pesadelos reais,
Fantasmas de preto,
A deambularem,
Na escuridão estéril,
Onde a luz se esvaiu,
Há muito tempo.

O labirinto onde jaz,
Perdida a consciência,
Numa viagem de ida sem volta,
Ao avesso da humanidade,
Agora desvendado,
Desencarnado.

Os segredos escondidos,
Agora violados, esventrados,
Aviltados pela demência,
Engolidos de vez pelo todo,
Diluídos no esquecimento dos elementos,
No caos telúrico existencial,
Mergulhados na matéria negra,
Da metafísica sensorial.

Lx, 10-11-2007
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