

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Sou Filho Do Cosmos
Eu que estive no alvorar da aurora,
Dos elementos primordiais nascidos,
Na charneira da fusão nuclear,
No âmago da gravidade estelar,
Disperso em altivas Supernovas.
Eu que vagueei no espaço vazio,
Numa viagem tão longa e morosa,
Cavalguei cometas gelados,
Fundi em meteoros incinerados,
Deambulei em mares salgados.
Eu que criei os dinossauros,
Voei em bandos de pardais,
Corri em manadas de gnus,
Embosquei em matilhas de chacais,
Encarnei o ar puro da montanha.
E hoje eis-me aqui e agora,
Em mim,
Eu filho do Cosmos,
Caminharei eternamente,
Com Ele até ao fim.
Lx, 10-6-2012
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