Um dia encontrar-te-ei
Um dia encontrar-te-ei
Sozinho, todo apressado do outro lado da rua,
Seremos dois outra vez,
Eu a olhar-te e tu na tua,
Voltaremos ao que sempre fomos,
Música sem harmonia,
Vida sem poesia;
E depois de passados anos
Vejo-me de novo perdida,
Segurando o meu coração em prantos,
Que relembra o quanto doía;
Talvez agora te possas lembrar de mim,
Voltar atrás no tempo
De onde eu te via do banco do jardim,
Tu, com aquele brilho nos olhos
Parecias feliz;
E hoje quem és tu?
Que ainda me fazes arder no fogo,
Que me puxas, agrides e magoas,
Que me rasgas o peito sem palavras boas,
Que me fazes ter dó de mim;
Talvez, daqui a uns anos,
Eu possa esquecer como me fazias sentir,
Vou mais além,
Talvez enquanto passo a minha vida a escrever-te,
Tu sejas feliz com outro alguém;
Talvez possas pensar em mim
Enquanto olhas a lua,
Talvez um dia serás meu
E eu não serei tua.