no ocaso da vida...

Ando nas coisas do tempo perdida
perdida como o jorro duma fonte
que canta...canta ferida!
No esquecimento do monte.
Numa noite qualquer
com ou sem luar
hei-de gritar
O que não pode morrer
abrir de par em par
a alma, erguendo-me com rebeldia
e meu grito há-de ressoar
melhor do que a palavra faria.

Quando a minha mão cessar
e não haja mais que esquecimento
e seja um longo calar?!
Meu tempo será apenas um momento
e na mão que palavras escrevia
não creio que haja mais nada
só resignação fria e sombria.
ou uma esperança desolada.

Ando nas coisas do tempo perdida
vão-se as horas os minutos vagueiam,
pela minha atenção distraida.
na mente lembranças se passeiam,
no ocaso da vida.

E o olhar permanece atento,
aberto de par em par
com a suspeita da morte
que um dia vai chegar.
A vida foge para um sítio
onde nos resta esperar.

rosafogo
natalia nuno
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