Jorge Santos (namastibet)

Jorge Santos (namastibet)

Que fazer, se assombro tudo que faço de medo e a fracasso ...

1961-07-03 Setúbal
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Tod’a poesia acaba em silêncio



Toda a poesia acaba em silêncio,
Porque nasci ou como morro ignoro,
Não consigo definir começo ou fim,
Ind'a assim deixo descrito o lento voo

De uma ave de pena e louça que
Dentro trago, ainda que seja desculpa
Pra não levantar voo como quereria,
Assim também a mim ele me mente

Tal como um objecto abandonado
Sem vontade dentro, assim me sinto,
Preso aos sapatos e ao ponderável
Peso terreno, onde moro desde que

Me conheço, capaz de escutar o silêncio
De um baloiço, ver magia onde tem feitiço
De galinha morta, ouriço no meio da rua
Me lembra afago, suave tudo quanto oiço

E o silêncio num búzio lembra-me mar,
Não sei que ideia esta de mansidão,
Pedaço de espelho quebrado que mente
Cortado p'la metade, terça-parte é céu,

Tod'a poesia acaba em silêncio, o meu
Começa onde esta se cala, pois me continuo
No que não tenho, luar ou uma estrela
Tão vaga quanto o meu passar passou,

Suave quanto o que me ouço, nada
Que seja meu, imito apenas do silêncio o som,
Pois o céu é na Terra e o quem sou
Não interessa, pena, louça e culpa ...

Joel Matos (03/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
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namastibet
Toda a poesia acaba em silêncio, Porque nasci ou como morro ignoro, Não consigo definir começo ou fim, Ind’a assim deixo descrito o lento voo De uma ave de pena e louça que Dentro trago, ainda que seja desculpa Pra não levantar voo como quereria, Assim também a mim ele me mente Tal como um objecto abandonado Sem vontade dentro, assim me sinto, Preso aos sapatos e ao ponderável Peso terreno, onde moro desde que Me conheço, capaz de escutar o silêncio De um baloiço, ver magia onde tem apenas feitiço De galinha morta, ouriço no meio da rua Me lembra afago, suave tudo quanto oiço E o silêncio num búzio lembra-me mar, Não sei que ideia esta de mansidão, Pedaço de espelho quebrado que mente Cortado p’la metade, terça-parte é céu, Tod’a poesia acaba em silêncio, o meu Começa onde esta se cala, pois me continuo No que não tenho, luar ou uma estrela Tão vaga quanto o meu passar passou, Suave quanto o que me ouço, nada Que seja meu, imito apenas do silêncio o som, Pois o céu é na Terra e o quem sou Não interessa, pena, louça e culpa … Joel Matos (03/2018) http://joel-matos.blogspot.com
15/março/2018

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