quaglino

Poeta bissexto.

1959-02-23
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Voo

VOO

Te amei tanto!

Mas amei num silêncio sem perdão

que hoje grita absurdos.


Despenquei do abismo

e sem tuas asas

descobri que o tombo,

longo e demorado,

era cor de púrpura e sangue,

sol de saudades inconfessáveis.


De braços abertos voei às cegas,

intui o impacto seco e ancestral,

na verdade um toque de pluma

de antigas angústias, um flerte.


E ainda amo tanto

que nem se faz de queda esse vazio

e enquanto não me esborracho,

insisto em perseguir esse amor.


Autor: PA - Poemas inconclusos.
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