Paulo Sérgio Rosseto
Porto Seguro/BA. Poeta.
Livros Publicados: 21
Livros no Prelo: 04
Biografia completa: psrosseto.webnode.com
Livros à venda: clubedeautores.com.br
Instagram: @psrosseto
1960-04-11 Guaraçai - SP
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UTOPIA
Passamos a infância entre a cozinha e o quintal
Lá fora cortávamos os cabelos das bonecas de milho
À beira do fogo assávamos as espigas e nos fartávamos de pão
Nas arvores balançávamos nas sujas cordas dos galhos pendulares
À mesa saciávamos as vontades no ato propício da mastigação
Pelo terreiro corríamos arvorados comungando entre a sombra e o sol
Sob o teto santificávamos com leite puro e chocolate as hóstias de polvilho
Do pátio partíamos desmedidos atrás da arrelia dos similares castelos vizinhos
Sentados disfarçávamos os olhares da mãe das unhas pretas de terra dos dedos das mãos
Após a porta, serelepes voávamos pelo horário infinito e as constelações
Entre as paredes aquecíamos das esbranquiçadas geadas das friorentas manhãs
Estudávamos nas cartilhas dos portais
Mapeávamos geopoliticamente as trilhas das lagartas
Retapávamos os buracos dos formigueiros
Desviávamos das valas os tenros filetes dos ribeirões
Varríamos dos caminhos as folhas soltas no chão
Distribuíamos as migalhas aos bichos que especulavam pomares e jardins
Cobríamos com penas as leves perebas e arranhões
E dávamos conta das contas dos rosários que a rotina nos permitia rezar
Ainda hoje plantamos utopia
E repartimos os brinquedos de fazer bem
Com tudo o mais que há, houvera e sentimentalmente havia
Porque aprendemos e continuamos a prender
Viajar e conviver entre o quintal e a cozinha
Da casa repleta de construções de silêncio e algazarras
Enquanto os sonhos de infância por complacência permitirem
Lá fora cortávamos os cabelos das bonecas de milho
À beira do fogo assávamos as espigas e nos fartávamos de pão
Nas arvores balançávamos nas sujas cordas dos galhos pendulares
À mesa saciávamos as vontades no ato propício da mastigação
Pelo terreiro corríamos arvorados comungando entre a sombra e o sol
Sob o teto santificávamos com leite puro e chocolate as hóstias de polvilho
Do pátio partíamos desmedidos atrás da arrelia dos similares castelos vizinhos
Sentados disfarçávamos os olhares da mãe das unhas pretas de terra dos dedos das mãos
Após a porta, serelepes voávamos pelo horário infinito e as constelações
Entre as paredes aquecíamos das esbranquiçadas geadas das friorentas manhãs
Estudávamos nas cartilhas dos portais
Mapeávamos geopoliticamente as trilhas das lagartas
Retapávamos os buracos dos formigueiros
Desviávamos das valas os tenros filetes dos ribeirões
Varríamos dos caminhos as folhas soltas no chão
Distribuíamos as migalhas aos bichos que especulavam pomares e jardins
Cobríamos com penas as leves perebas e arranhões
E dávamos conta das contas dos rosários que a rotina nos permitia rezar
Ainda hoje plantamos utopia
E repartimos os brinquedos de fazer bem
Com tudo o mais que há, houvera e sentimentalmente havia
Porque aprendemos e continuamos a prender
Viajar e conviver entre o quintal e a cozinha
Da casa repleta de construções de silêncio e algazarras
Enquanto os sonhos de infância por complacência permitirem
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