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Gente entre gente, que não se pense que se sente o que outro sente, nem que se pressente para além do presente.
1965-05-01 Vitória, Porto
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Balada do irrelevante
Hei-de estar morto quando a vossa perna
Me alcançar e pisar deitado no meu leito
Ferido de mil golpes infligidos, mil golpes
Derrotado na pedra tão fria como o cadáver
Que um dia nunca se deu por vencido,
Que menos o imaginam, de si esquecido
Que todo o mundo é apenas todo um globo
Povoado pela vida de tantas extinções,
Ó povo
Hei-de encarar-vos morto, tão partido, torto,
Minha face esfacelada calma e persistente
Tão certa de si, tão descrente, ora ausente.
Eu que persigo a Chimera que me espera
Esfíngica e à qual nunca responderei,
As mesmas respostas que nunca vos dei.
As que amei, ao revolto destino abandonei,
As crianças que riem no sonhos suprimidos,
O sangue escorrido dos membros feridos
Em mãos atadas no cume dos esquecidos.
Os sonhos que não sabem que sonhei,
O coartado acto que não, nunca vos prestei.
Ignomínia antiga, dum vivamus, vivamus
É um ponto na planta onde já não encontramos
As coordenadas possíveis de alguma presença,
Um passo congelado no fim destes anos,
Agora que as árvores velhas que passamos
São testemunhas que já cá não estamos.
A vós a vida que levaram por mim
A vós uma ode insana e sem fim
Pois comecei a partir bem antes de cá vir.
Sede, que eu fui e esfumei-me
No loop do coup-de-grâce
Como se não me amasse
Neste idílico momento, abracei-me
E esse sangue escorreu-me exangue
Eu que não me dou por vencido
Na louca teimosia, já esquecido.
Me alcançar e pisar deitado no meu leito
Ferido de mil golpes infligidos, mil golpes
Derrotado na pedra tão fria como o cadáver
Que um dia nunca se deu por vencido,
Que menos o imaginam, de si esquecido
Que todo o mundo é apenas todo um globo
Povoado pela vida de tantas extinções,
Ó povo
Hei-de encarar-vos morto, tão partido, torto,
Minha face esfacelada calma e persistente
Tão certa de si, tão descrente, ora ausente.
Eu que persigo a Chimera que me espera
Esfíngica e à qual nunca responderei,
As mesmas respostas que nunca vos dei.
As que amei, ao revolto destino abandonei,
As crianças que riem no sonhos suprimidos,
O sangue escorrido dos membros feridos
Em mãos atadas no cume dos esquecidos.
Os sonhos que não sabem que sonhei,
O coartado acto que não, nunca vos prestei.
Ignomínia antiga, dum vivamus, vivamus
É um ponto na planta onde já não encontramos
As coordenadas possíveis de alguma presença,
Um passo congelado no fim destes anos,
Agora que as árvores velhas que passamos
São testemunhas que já cá não estamos.
A vós a vida que levaram por mim
A vós uma ode insana e sem fim
Pois comecei a partir bem antes de cá vir.
Sede, que eu fui e esfumei-me
No loop do coup-de-grâce
Como se não me amasse
Neste idílico momento, abracei-me
E esse sangue escorreu-me exangue
Eu que não me dou por vencido
Na louca teimosia, já esquecido.
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