(Sol de Glauber))

faca de gume afiado
a dialética do caos
coloca lado a lado
os bons e os maus

rio perene, imaginário
nuvens de arribação
são pés cortando caminhos
é o sol castigando o sertão

terra seca, esturricada
abrindo-se em estrias
mostra-nos a saga macabra
de um povo em agonia

o céu ardente cria redemoinhos
mó inclemente nos reduzindo a pó

imagem triste e degradante
de uma região esquecida
onde, 'o sertão é quase nada
e não tem quase nada.'
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