

A poesia de JRUnder
Natural de São Paulo.
Nascido a 07 de março de 1950.
A poesia não é um potro selvagem que possa ser laçado e domado.
Poesia é alma. Alma de passarinho.
1950-03-07 São Paulo
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Escuro
Talvez, nesta escuridão, eu me encontre.
O escuro é um vazio, que toma todos os espaços.
E sentir-se dentro de um vazio, é igual a ser nada, também.
Para chegar até aqui, precisei rebuscar meu interior...
E se não me encontrar, não saberei por onde sair.
Não existe um túnel, não existe uma luz.
Não sinto meus pés no chão e minhas mãos nada tocam.
Ouço incertezas que passam em breves lamentos,
Ouço duvidas implorando por respostas.
Ouço o ranger de janelas emperradas.
E então não poderei ver as flores dos jardins,
Ou o sol refletindo nas águas dos rios,
Ou as cores dos pássaros no entardecer.
Existe uma brisa. Ela me faz perguntas...
Para onde quero ir? Onde pretendo chegar?
Tento responder mas, minhas palavras se confundem
Neste sopro gelado e se tornam apenas sílabas desconexas.
Percebo aromas que passam. Eles me fazem lembrar momentos.
Talvez eu tenha me perdido neles ou quem sabe, por eles.
Sinto um leve calor a me dominar...
Faz-me lembrar de quando eu podia sentir esperanças...
Elas aqueciam meu coração e aliviavam minhas dores.
Sim! Vou prender-me a elas e permitir que novamente...
Façam-me sonhar com um caminho.
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