Zatonio_Lahud

Morei por mais de 45 anos em Niterói e hoje vivo em Brasília. Estudei direito, história, jornalismo, mas não me formei em nada. Meu nome de batismo é José Antonio Lahud Neto. Gosto de ler, escrever, futebol (na verdade, gosto mais do Botafogo que de futebol) e de rir, principalmente dos poderosos.

1956-07-20 Brasília

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Alguns Poemas

Sinto vergonha

O que me assombra?

A humanidade.

Povos engolindo povos.

Homens escravizando homens.

A tortura me assombra,

A fome de milhões de crianças.

Assombro-me!

Impotente...

À sombra,

Sinto vergonha.

De mim,

De nós,

Por mim,

Por nós...

O dia começa a morrer

o dia começa a morrer
a noite nasce
a lua se esconde
atrás de uma nuvem
o vento frio bate em meu rosto
caminho só rumo a lugar nenhum
alguma saudade ressuscita na mente

entro em um bar para comprar cigarro
vazio...
só um homem bêbado sentado solitário
na mesa uma dose de conhaque
anestesia das solidões
que vi em seus olhos

trocamos desilusões
no rápido encontro de nossos olhares

saio e vejo um garoto sorrindo alegremente
vejo-me nele
breve a vida vai tirar-lhe o sorriso puro

continuo andando sem rumo
preciso tomar um rumo na vida

ou parar e beber um conhaque
a noite está fria...

Quando eu era jovem

Quando jovem
Sempre que alguém morria
Pensava com meus botões
[ Quase todas as camisas tinham botões quando eu era jovem ]
Já vai tarde
Estava velho mesmo

Décadas passadas
[ O futuro vem do passado ]
Quando morre alguém
Penso- agora sem meus botões
[ Quase só uso camisas sem botões hoje ]
Morreu tão jovem
Estou velho...

Que demore a me encontrar
[ A morte ]
Mas quando achar meu Norte
E vier me buscar
Que seja breve e tranquila
Como uma leve brisa.

Zatonio Lahud

Nã me queiras perfeito

não me queiras perfeito
sou mais que perfeito
um completo imperfeito
tenho medos
tenho inseguranças
tenho marcas na pele
e cicatrizes no coração

Ah!...e olhares tristes

sou perfeita imperfeição
mas sou homem
bom até
e se queres ser amada
acarinhe minhas imperfeições
recolha meus medos
acalente minhas inseguranças

e te mostrarei o que é amor
te acolherei em paixão
te farei tremer em desejo
dos imperfeitos
mas envolventes
excessos que sou...

As palavras moldam o que sou

As palavras fluem

Em minha mente

Umas calmas

E tranquilas

Como um remanso

De águas límpidas

Outras...

Corredeiras caudalosas

Que levam tudo

Que encontram à frente

E assim vou vivendo

Ora um manso remanso

Ora volúpia e paixão

As palavras moldam o que sou.

Devagar

Ando devagar,
olhando o corre-corre
do mundo,
a divagar...
Aonde ir?
Aonde chegar?
A vida,
ainda que vívida,
e bem vivida,
nos leva, sempre,
à morte.

O ato de escrever

O ato deescrever,

antes detudo é antever devaneios.

O queescrevo é sempre passado.

Ainda quecreia estar prevendo o futuro.

O escritor é um profeta da mente que mentebelezas infinitas,

para homensfinitos acreditarem na eternidade.

Este é o fimdo ato de escrever.

Fim.

Biografia

Nasci em São José do Calçado (Espirito Santo) em 20/07/1956. Morei por mais de 45 anos em Niterói e hoje vivo em Brasília. Estudei direito, história, jornalismo, mas não me formei em nada. Meu nome de batismo é José Antonio Lahud Neto. Gosto de ler, escrever, futebol (na verdade, gosto mais do Botafogo que de futebol) e de rir, principalmente dos poderosos.