Juó Bananére

Juó Bananére

Juó Bananère era o pseudônimo usado pelo escritor, poeta e engenheiro brasileiro Alexandre Ribeiro Marcondes Machado para criar obras literárias num patois falado pela numerosíssima colônia italiana de São Paulo na primeira metade do século XX, que aportava na capital em busca de oportunidades de trabalho, tornado a cidade o maior centro de imigração italiana do país. Muitos deles não conseguiam seu objetivo, amargando subempregos e uma sofrível condição social. Mas, pelo menos, contavam com alguém na imprensa para representá-los, escrevendo nos seus dialetos de origem.

1892-04-11 Pindamonhangaba SP
1933-08-22 São Paulo SP
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Versos

Ficas n'un ganto da sala
P'ra fingi chi non mi vê,
E io no ôtro ganto
Stô fingino tambê.

Ma vucê di veiz in veiz
Mi dá una brutta spiada,
E io tambê ti spio
Ma finjo chi non vi nada.

Cunversas co Bascualino
P'ra mi afazê a gelosia,
Ma io p'ra mi vingá
Cunverso tambê c'oa Maria.

Tu spia intó p'ra Maria
Con ar di querê dá n'ella;
P'ra evitá quarquére asnêra
Si afasto i vô p'ra gianella.

O firmamento stá scuro
I na rua os surdato apita,
Inguanto nu ganto da sala
Tu fica afazéno "fita".

Marietta non segia troxa,
Non faccia fita p'ra gente,
Perchê vucê quêra ô non quêra
Io ti quero internamente.


In: BANANÉRE, Juó. La divina increnca. 2.ed. Pref. Mário Leite. São Paulo: Folco Masucci, 196
2463
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vera lucia
putz! gostei pacas. non segia troxa. io tambe te spio.
01/agosto/2016

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