Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos foi poeta brasileiro. Sua obra é extremamente original. É considerado um dos poetas mais críticos de sua época.

1884-04-20 Cruz do Espírito Santo, Paraíba, Brasil
1914-11-12 Leopoldina, Minas Gerais, Brasil
462345
28
217

Budismo Moderno

Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contacto de bronca dextra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!

Paraíba, 1909


Publicado no livro Eu (1912).

In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.84. (Ensaios, 32
24768
6


Prémios e Movimentos

Simbolismo
Fabiola Queiroz
gostaria de saber se ha marcas conativas nesse poema? Repercussão
10/maio/2017

Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores