Lindolf Bell
Lindolf Bell foi um poeta brasileiro.
1938-11-02 Timbó SC
1998-12-10 Blumenau
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A Ordem do Dia
A ordem do dia
é ver tudo
mas não ver nada.
A ordem do dia
é comparecer ao banquete irreal,
comer faisões dourados
em memória da memória
hermeticamente fechada
por um decreto.
A ordem vem de cima
para os de baixo
— claro e preciso
punhal do crime.
Nenhum pássaro,
rio nenhum.
Nenhum vento,
mar nenhum.
Nenhum estalido,
amor clandestino nenhum.
Nenhuma corda
de guitarra nenhuma.
Apenas os clarins oficiais
de poderosos senhores feudais.
nas ruas
nos vales
nos bares
nas escolas
nos aniversários
nos sonhos
nas praças
A ordem do dia
é uma ordem sombria.
Quem pretende repartir
o prato desta melancolia?
Poema integrante da série Arrebentação.
In: BELL, Lindolf. Incorporação: doze anos de poesia, 1962/1973. São Paulo: Quíron, 1974. (Sélesis, 3)
é ver tudo
mas não ver nada.
A ordem do dia
é comparecer ao banquete irreal,
comer faisões dourados
em memória da memória
hermeticamente fechada
por um decreto.
A ordem vem de cima
para os de baixo
— claro e preciso
punhal do crime.
Nenhum pássaro,
rio nenhum.
Nenhum vento,
mar nenhum.
Nenhum estalido,
amor clandestino nenhum.
Nenhuma corda
de guitarra nenhuma.
Apenas os clarins oficiais
de poderosos senhores feudais.
nas ruas
nos vales
nos bares
nas escolas
nos aniversários
nos sonhos
nas praças
A ordem do dia
é uma ordem sombria.
Quem pretende repartir
o prato desta melancolia?
Poema integrante da série Arrebentação.
In: BELL, Lindolf. Incorporação: doze anos de poesia, 1962/1973. São Paulo: Quíron, 1974. (Sélesis, 3)
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Dianini
Achei um belo poema, cheio de energia.
01/abril/2022